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Sidrolandia

Promotoria e Corregedoria investigam "eixo do mal" na PM de SP; três são presos

O Ministério Público Estadual e a Corregedoria da Polícia Militar investigam a existência de um grupo criminoso chamado de "eixo do mal" da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar)

Folha On Line

02 de Junho de 2010 - 15:35

Por volta das 12h desta quarta-feira, Renata Gomes de Oliveira Franco, o policial militar Deoclécio Onofre Souza e Lucio Flávio Moreira Santos, os três acusados de ligação com o grupo foram presos temporariamente --por 30 dias.

Eles são acusados pela Promotoria e Corregedoria da PM de matar o soldado da Rota Emerson Barbosa da Silva Santos, 32, marido de Renata. O soldado Santos foi encontrado morto foi encontrado morto em Louveira (71 km de SP), em setembro de 2006.

O PM Onofre Souza foi preso hoje dentro do 15º Batalhão, em Guarulhos (Grande São Paulo). Ele trabalhava na Rota até 2006, era vizinho e amigo do PM assassinado.

O "eixo do mal" tem cerca de dez PMs e é suspeito de praticar crimes como roubo de carga e homicídios. Hoje, a maior parte dos PMs suspeitos está fora da Rota e trabalha na região norte da Grande São Paulo.

Pelo que descobriram a Promotoria e a Corregedoria da PM, o soldado Santos era integrante do "eixo do mal" da Rota e brigou com PMs do grupo, que usava as técnicas militares aprendidas na Rota para praticar crimes.

Dentro da Corregedoria da PM, as conclusões de que o soldado Santos foi assassinado por outros PMs foram feitas por um setor especializado em investigar mortes de policiais militares conhecido como "PM Vítima".

Cartão de felicitação

O corpo carbonizado do soldado Santos foi encontrado em uma área rural de Louveira. Ele estava dentro do carro do policial, um Astra.

Perto do veículo, o setor "PM Vítima" encontrou um cartão de felicitações endereçado ao soldado Santos e, segundo os investigadores, ele era "oriundo do 1ºBPChq", sigla da PM para a Rota.

A investigação aponta que o soldado Santos não foi morto em Louveira, mas, sim, dentro de sua casa, em Guarulhos (Grande SP).

Depois de ser morto a tiros, o corpo do PM foi levado em uma van, que era escoltada por alguém que dirigia o carro do PM. Em Louveira, o cadáver foi colocado no veículo e queimado.

Zona norte de São Paulo

Após a morte do soldado Santos, alguns dos PMs suspeitos de integrar o "eixo do mal" da Rota foram transferidos para o 18º Batalhão da PM, na zona norte de SP.

Mais tarde, esses mesmos PMs foram investigados sob suspeita de participar do atentado a tiros que matou em janeiro de 2008 o coronel José Hermínio Rodrigues.

Uma das hipóteses para a morte de Rodrigues, comandante da PM na zona norte, é a de que ele combatia PMs do 18º Batalhão que formaram um grupo de extermínio.

A reportagem não conseguiu localizar os advogados de defesa do PM Onofre Souza, de Renata Franco e de Lúcio Santos.