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Sidrolandia

Protegendo a saúde frente às mudanças climáticas

10 fatos relacionados com a mudança climática e a saúde

www.saudediplomacia.org/br

14 de Abril de 2010 - 11:02

1) Nos últimos 50 anos, a queima de combustíveis tem liberado quantidades suficientes de dióxido de carbono e outros gases, que afetam de forma irrefutável o clima global.

A concentração atmosférica de dióxido de carbono aumentou em mais de 30% desde o inicio do século 20. O resultado é o aumento no risco de doenças e de mortes devido ao efeito estufa, alterando o padrão de disseminação das doenças infecciosas.

2) Dos trópicos ao ártico, o clima tem impactado direta ou indiretamente a vida dos seres humanos. Alterações climáticas extremas como chuvas fortes, inundações e desastres como o furacão Katrina, que devastou Nova Orleans nos Estados Unidos em agosto de 2005, ameaçam a saúde causando não só danos materiais como a perda de vidas humanas. Aproximadamente 600.000 mortes ocorreram nos anos 90 relacionadas com desastres naturais. 95% aconteceram em países em desenvolvimento.

3) Intensas flutuações na temperatura podem causar sérios danos à saúde como a hipertermia (aumento da temperatura), hipotermia (diminuição da temperatura) e o aumento de mortes realacionadas com as doenças cardíacas e respiratórias.

Estudos recentes sugerem que a elevação recorde de temperatura na Europa em 2003 causou um aumento de mais de 70.000 mortes, se comparado com o mesmo período em anos anteriores.

4) O aumento global da temperatura afeta o padrão de partículas áéreas tais como o pólen de plantas responsáveis pela asma. Em torno de 300 milhões de pessoas sofrem de asma e 255.000 morreram da doença em 2005.

Espera-se um aumento de 20% no número de mortes causadas pela asma nos próximos 10 anos, se não forem tomadas medidas urgentes para combater e diminuir as mudanças climáticas.

5) Aumento do nível do mar. Outro resultado do aquecimento global é o aumento de inundações desalojando as populações ribeirinhas. Mas da metade da população mundial vive a menos de 60 quilômetros do litoral.

Alguma das regiões mais vulneráveis são o delta do rio Nilo no Egito, o delta do Rio Ganges-Brahmaputra em Bangaladesh e alguns países insulares tais como as Maldivas no Oceano Indico e as Ilhas Marshall e Tuvalu no Oceano Pacifico.

As inundações aumentam o risco de infecções causadas pela água contaminada e por vetores.

O deslocamento de populações causa tensões e aumentam potencialmente o risco de conflitos.

6) A variação no padrão das precipitações compromete o fornecimento de água potável.
Globalmente a carência de água já afeta 4 em cada 10 pessoas.

A falta e a baixa qualidade da água comprometem a higiene e a saúde aumentando o risco de diarréia, que mata aproximadamente 1,8 milhões de pessoas anualmente, assim como o tracoma (infecção ocular que leva à cegueira) entre outras.

7) A carência de água potável força as pessoas a buscarem água em locais mais distantes para armazená-la em casa. Armazenamento inadequado aumenta o risco de contaminação causando uma série de doenças.

8) Condições climáticas afetam a transmissão das doenças através da água e mosquitos. Doenças sensíveis às mudanças climáticas estão entre a maioria das doenças letais. Diarréia, malária e malnutrição sozinhas causaram mais de 3 milhões de mortes em 2002. Mais de um terço das mortes na África.

9) A malnutrição causa milhões de morte por ano, tanto pela carência de nutrientes como pela vulnerabilidade resultante de doenças infecciosas como a malária, diarréia e enfermidades respiratórias.

Estima-se que com o aumento da temperatura do planeta e as variações previstas nas chuvas, haja uma interferência no padrão de colheita e da agricultura em algumas regiões tropicais, onde a segurança alimentar já é um problema.

Mali é um bom exemplo. A menos que sejam tomadas medidas preventivas, é possível que em 2050 haja um aumento em 50% da população de risco de enfrentar a fome e seus efeitos associados.

10) Medidas para reduzir o efeito estufa, emissão de gazes ou diminuir o impacto das mudanças climáticas poderá influir positivamente na saúde.

Por exemplo: promover o uso seguro do transporte urbano, assim como o deslocamento por bicicletas ou à pé são alternativas saudáveis ao transporte individual.

Estas medidas podem reduzir as emissões de dióxido de carbono e melhorar a saúde pública.

Esta é também uma solução para reduzir os acidentes de transito, diminuir a poluição do ar associada às doenças respiratórias e cardiovasculares. O aumento das atividades físicas pode diminuir a taxa de mortalidade.