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Sidrolandia

PT não chega a acordo de aliança com PDT, que teme fracasso

Redação de noticia

21 de Maio de 2010 - 10:19

A direção regional do PT até que tentou e deve continuar insistindo, mas a possibilidade de aliança com o PDT na disputa pelos cargos proporcionais (deputados estaduais e federais) está cada vez mais difícil de ser selada.

Os principais dirigentes do PDT temem ser atropelados nas urnas, caso fechem acordo com os petistas, principalmente na disputa pelas cadeiras da Assembléia Legislativa, onde o PT tem uma bancada de quatro deputados estaduais, todos em campanha pela reeleição.

Os brizolistas avaliam que montando um “chapão”  com a participação dos petistas que detém cargos eletivos entram no pleito em desvantagem, o que pode resultar em fracasso na campanha deste ano.

Enquanto o PT conta com os deputados Amarildo Cruz, Pedro Teruel, Pedro Kemp e Paulo Duarte, o PDT tem apenas um representante na Assembléia, Antonio Braga, ainda assim na iminência de se aposentar.

Recentemente, o PDT perdeu os deputados Ary Rigo e Onevan de Matos para o PDT, e Coronel Ivan para o nanico PRTB por causa de divergências internas, que culminou com intervenção do diretório nacional no regional, atualmente operando com uma comissão provisória,  presidida pelo deputado federal Dagoberto Nogueira, pivô no processo de dissolução partidária.

Na manhã desta quarta-feira, os dirigentes de PT e PDT voltaram a se reunir em Campo Grande. No entanto,  a possibilidade de união entre as duas legendas continua difícil, segundo admitiu o presidente do diretório regional petista, Marcus Garcia.

Ele disse que, além de dirigentes do PT, participaram do encontro representantes do PP.  Segundo ele, o PSB, eventual aliado no próximo pleito, não compareceu a reunião.  

A intenção do partido é construir duas chapas de candidatos a deputado estadual, uma com a participação de PT, PP, PDT e PSB e outra com PV, PCdoB, PSL, PMN e PRB.

“O PDT se nega a aliar conosco, porque acredita que o PT tem de quatro a seis candidaturas muito fortes e que nessa composição o partido pode ficar fora da eleição para deputado estadual”, disse Garcia.

De acordo com o dirigente, os pedetistas têm sustentado o posicionamento de que tiveram de “expulsar” dois deputados para que os seus pré-candidatos tenham condições de disputar e sonhar com uma vaga na Assembléia Legislativa.
 
“Nós temos argumentado de uma forma veemente que temos sinalizado para uma aliança na majoritária em que o PDT pleiteia a dona Gilda (dos Santos) como suplente do Dagoberto na chapa ao Senado. A segunda vaga ao Senado na nossa majoritária está sendo oferecida ao PDT, e nós queríamos essa reciprocidade. Mas o PDT está entendendo que fica complicado em virtude desse processo todo, que eles não elegeriam deputados”, acrescentou.

Para ele, os pedetistas sinalizam apenas em conversar sobre uma eventual aliança na chapa para deputado federal.

Garcia comentou, durante entrevista nesta quarta-feira à FM Cidade, que a idéia é dar seqüência a essa rodada de negociação, que teve início esta semana.

“Vamos tentar tencionar nesse sentido, nós gostaríamos de montar um chapão, até porque fica muito mais viável operacionalmente falando, para organização de campanha, tenho impressão que para as chapas majoritárias também fica melhor, porque pulverizando a chapa fica até um pouco complicado de a gente compatibilizar comícios, programa de televisão”, explicou.

Na avaliação do petista, com duas chapas, força os partidos a fracionar o tempo no rádio e na televisão, o que pode acabar, segundo ele, prejudicando os candidatos.

“Nós estamos tencionando e cobrando evidentemente a reciprocidade, a aliança vindo na majoritária tem que ser sinalizada também na proporcional. Hoje nós tivemos um primeiro contato e o Donizete foi representando o deputado Dagoberto, e eles ainda insistem nessa tese da não aliança, e nós vamos insistir na tese da aliança”, reforçou.

O presidente do PT foi cauteloso ao ser questionado se existe possibilidade de não ocorrer aliança com os pedetistas na proporcional.
 
“Eu trabalho pela aliança, nós precisamos e não podemos ir para o enfrentamento sozinhos. Evidente que isso é um elemento que nós vamos colocar no encontro do dia 6 de junho, isso quem decide são os delegados e o PT vai cobrar essa reciprocidade, de como vai ser conduzida essa política de aliança”, disse.