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Sidrolandia

Rio Negro baixa seis centímetros e bate recorde, diz Serviço Geológico

O Serviço Geológico do Brasil (CPRM) informou que o nível do Rio Negro baixou seis centímetros entre sábado e domingo e bateu um recorde histórico.

O Globo

24 de Outubro de 2010 - 20:47

Segundo o gerente de hidrologia Daniel Oliveira, o índice chegou a 13,63 metros. Antes disso, o nível mais baixo havia sido registrado em 1963: 13,64 metros. A medição é realizada há 108 anos.

Outros rios da Amazônia também registram baixas. Na sexta-feira, relatório do CPRM apontou baixa recorde do Rio Amazonas, na estação de medição de Parintins. Na quarta-feira, o nível estava 10 centímetros abaixo do menor já visto anteriormente, em 1997.

A seca no Amazonas já fez com que 38 dos 62 municípios do estado decretassem situação de emergência, segundo a Defesa Civil. Mais de 62 mil famílias foram afetadas pela estiagem e pelo baixo nível dos rios, informa o governo.

Com a seca que a região enfrenta, as estações de Careiro e Itapeua, no Rio Solimões, também chegaram aos seus níveis mais baixos já medidos. Na semana passada, a estação de Tabatinga, no Alto Solimões, havia registrado vazante recorde. Em Itapeua, comunidade situada no município de Coari, o nível da água medido na terça-feira estava 98 centímetros abaixo do menor já verificado anteriormente, em 1998.

O Rio Solimões entra no Brasil perto de Tabatinga, na tríplice fronteira com a Colômbia e o Peru. Na altura de Manaus, ele conflui com o Rio Negro. Como explica Oliveira, por ter um volume maior de água, o Solimões influencia também o nível do Negro nas imediações da capital amazonense.

A região do Alto Rio Negro tem sua época de seca em fevereiro, e, por isso, não tem nível baixo. Oliveira explica que, quando o Solimões tem nível alto, ele represa e aumenta o espelho d'água do Negro. Na seca, acontece o contrário, e o nível do segundo rio cai perto da foz.

Em um dos afluentes do Rio Negro, as casas flutuantes agora estão sobre o leito. Canoeiros ficaram sem trabalho.

- Dois meses e meio de trabalho parado, sem renda, sem qualquer atividade - diz Adonis Custódio.

No encontro das águas, onde o Rio Negro se junta ao Solimões, ilhas de pedra e argila aparecem pela primeira vez.