Rixas entre cartolas esvaziam clássicos da rodada do Brasileirão

Normalmente sinônimos de casa cheia, os clássicos do segundo turno do Campeonato Brasileiro têm sofrido com a ausência de público por dois motivos em especial: a rixa entre as diretorias de alguns clubes, e as reformas dos estádios visando à Copa do Mundo de 2014, que será disputada no país.

A 31ª rodada da competição, marcada para o próximo fim de semana, ilustra bem esse cenário. Dos quatro clássicos estaduais agendados para o próximo domingo (24), três deles serão disputados em casas “improvisadas” e menores do que os costumeiros palcos dos embates.

À exceção de Grêmio e Internacional, que duelarão no Olímpico, casa gremista, às 18h30 (de Brasília), os outros três encontros – Corinthians x Palmeiras, Vasco x Flamengo e Cruzeiro x Atlético-MG -, não serão jogados em campos tradicionais para jogos de tanta grandeza.

O clássico paulista, que terá início às 16h, foge à regra em outro aspecto. Por conta de desentendimentos políticos entre os presidentes de Palmeiras e Corinthians com o do São Paulo, proprietário do Morumbi, os jogos entre as duas equipes não são mais disputados no maior estádio da capital desde 2008, causando diminuição de público e renda, especialmente no Pacaembu, casa que já recebeu o confronto do primeiro turno.

Na ocasião, o Corinthians estreou o técnico Adilson Batista e, como visitante, empatou por 1 a 1 com o Verdão, acompanhado por um público de 24.491 pagantes. Na última vez em que jogaram no Morumbi, no entanto, o Palmeiras venceu por 1 a 0, gol de Valdivia (o gol do “chororô”), para a festa de 48.930 pagantes, quase o dobro do que compareceu ao último encontro.

A disparidade de público também é visível quando o palco em questão é o Engenhão, que passou a ser usado com mais frequência desde o fechamento do Maracanã para reformas e receberá Vasco e Flamengo a partir das 18h30.O último clássico realizado no estádio – Fluminense 0 x 0 Botafogo, no domingo (17) -, recebeu 17.873 pagantes. Já o encontro entre Flamengo e Vasco registrado no primeiro turno do Brasileirão e jogado no Maracanã, foi assistido por um público três vezes maior: 57.035.

Os torcedores do Atlético-MG, que enfrentarão o Cruzeiro no João Havelange, em Uberlândia (MG), têm mais um motivo para reclamar. Por determinação conjunta das diretorias após o fechamento do Mineirão, os dois jogos do Campeonato Brasileiro de 2010 seriam disputados com torcida única – apenas do mandante.

No primeiro turno, o Atlético-MG mandou o embate na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas, e foi empurrado por 12.340 torcedores. O Cruzeiro, no entanto, optou por uma casa maior e poderá receber até 44.978 fãs na partida deste domingo, público apenas um pouco superior ao que foi registrado no último encontro disputado no Mineirão e válido pelo estadual deste ano: 41.591 pagantes.