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Sidrolandia

Saúde marca para 26 de março no HU consulta e triagem inicial de cirurgia bariátrica

A cirurgia é sua esperança para perder 40 kg (está com 140), ter condições de fazer uma cirurgia de menisco para que volte a rotina normal.

Flávio Paes/Região News

31 de Janeiro de 2018 - 15:05

Só no próximo dia 26 de março, o motorista Antônio Rolon Delgado, passará por consulta no Hospital Universitário em Campo Grande para iniciar o processo de triagem pré-operatória, que inclui a passagem por seis especialistas. No último dia 17 de novembro do ano passado o juiz substituto Atílio Cesar de Oliveira Júnior, proferiu sentença em que deu o prazo de 30 dias para a Prefeitura de Sidrolândia garantir a cirurgia bariátrica que Antônio espera há três anos.

“Já passei por esta triagem, vou ter que fazer novamente uma bateria de exames que é demorada”, revela desanimado o motorista que passa por dificuldades, desde abril não recebe mais o auxílio-doença do INSS. A cirurgia é sua esperança para perder 40 kg (está com 140), ter condições de fazer uma cirurgia de menisco para que volte a rotina que seguia até 2015: trabalhava e ainda se dedicava a uma das paixões, o futebol aos finais de semana. Transcorridos dois meses da sentença, a decisão ainda não foi cumprida pelo município.

Desde 2006, Antônio convive com dores no joelho que acabaram limitando sua capacidade de caminhar. Após anos de tratamento, em 2013 teve o diagnóstico dos ortopedistas de que precisaria de cirurgia. Um procedimento caro, R$ 30 mil fora do SUS, que depende do encaminhamento da Secretaria Municipal de Saúde, para agendamento num hospital em Campo Grande.

As dores no joelho se agravaram com o excesso de peso e com isto só conseguiu trabalhar como motorista até dia de 21 de setembro 2015, quando oficialmente foi "encostado" pelo INSS e passou a receber o auxílio-doença de R$ 1.500,00. Março do ano passado foi o último mês em que recebeu o benefício. Em abril caiu no pente fino da perícia da Previdência Social. Os legistas do INSS entenderam que ele não estava incapacitado fisicamente para voltar ao trabalho.

Desde então, enfrenta dificuldades para ajudar a filha nas despesas com a faculdade e para sua sobrevivência, ele mora sozinho no Residencial Sidrolar. O ex-patrão se sensibilizou com sua situação e ele hoje trabalha informalmente, sentado, no atendimento aos clientes.

Em abril, um mês após a suspensão do auxílio-doença, recorreu à Justiça e obteve do juiz Marcelo Andrade Campos Filho, sentença determinando ao INSS uma nova perícia mais detalhada. Em julho o novo laudo mostrou que ele estava incapacitado para retornar à sua antiga atividade profissional.

Antônio diz que não tem interesse na aposentadora por invalidez, porque teria direito a apenas um salário mínimo, insuficiente para sua sobrevivência. Prefere fazer as duas cirurgias que precisa (bariátrica e ortopédica) e voltar a trabalhar normalmente.

Cirurgia retomada

Saúde marca para 26 de março no HU consulta e triagem inicial de cirurgia bariátricaEm dezembro passado o Hospital Universitário retomou as cirurgias bariátricas que estavam suspensas há dois anos. A paciente, Edilúcia Carvalho Silva, 49 anos, diabética, hipertensa e que estava com 142 kg, se recupera bem após o procedimento, que levou aproximadamente 40 minutos. A paciente ficou três anos aguardando a cirurgia bariátrica pelo SUS no Estado de São Paulo e mais três anos esperando na fila em Mato Grosso do Sul.

O procedimento foi realizado pela equipe do cirurgião e presidente da regional de Mato Grosso do Sul da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica, Wilson Cantero, pela chefe do Setor de Enfermagem do HUMAP-UFMS, Anna Charbel, e equipe composta por auxiliar de cirurgia, anestesista, endocrinologista, enfermeiros e auxiliares.

Em Campo Grande são realizadas, em média, 60 cirurgias bariátricas por mês em clínicas particulares, de acordo com informações da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM).

De acordo com a Secretaria de Saúde do Mato Grosso do Sul, 90 pessoas já estão na fila aguardando pela realização da cirurgia bariátrica e outras 390 pessoas aguardam consulta pelo SUS para avaliar a necessidade da cirurgia.​