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Sidrolandia

Serra: ‘Não se pode governar na garupa

Candidato faz ataque indireto à principal adversária e enfrenta saia justa ao explicar ligação com PTB, envolvido no mensalão

O Dia Online

12 de Agosto de 2010 - 08:52

Em entrevista ontem ao Jornal Nacional, o candidato do PSDB à Presidência, José Serra, aproveitou para criticar, de forma indireta, sua principal adversária e líder nas pesquisas, Dilma Rousseff (PT). “Não há presidente que possa governar na garupa, ouvindo ou sendo monitorado por terceiros”, disse o tucano, em claro recado ao fato de a petista ser a candidata do presidente Lula para o suceder.

Ao ser confrontado por que, sendo de um partido da oposição, tem evitado críticas a Lula, Serra respondeu que não tem medo de enfrentar a alta popularidade do presidente. “O governo Lula fez coisas positivas. Outras, deixou de fazer”, afirmou, enfatizando que não faz disputa sobre o passado.

O tucano também fez questão de citar o nome de seu tutor, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, dizendo que ele deu boas contribuições ao País, entre as quais o Plano Real. “A inflação era de 5.000% ao ano. O próximo presidente tem que ter ideias, não pode ficar preso ao passado”, disse.

PARTIDOS HETEROGÊNEOS

Sobre a aliança feita com o PTB, partido envolvido no escândalo do mensalão, Serra defendeu os aliados, mas apelou para a ironia. “Boa pergunta”, disse o tucano, emendando com um chavão: “Os partidos são muito heterogêneos”. E disse que os personagens principais do mensalão não foram do PTB, mas sim do PT.

Ele acrescentou que a aliança com Roberto Jefferson (presidente do PTB e envolvido no mensalão) não lhe causava constrangimento. “Ele não é candidato”.

José Serra foi confrontado pela escolha de Indio da Costa como seu vice e respondeu que “cada um tem suas limitações”, mas lembrou que ele foi um dos líderes do movimento dos Ficha Limpa. Ao fazer suas considerações finais, Serra não percebeu que os 30 segundos de prazo se esgotaram e teve de ser interrompido no meio da fala. Espantado, perguntou: “Já passou?”.

Cerqueira: ‘Não deixaram nem o Zé me ver’

O candidato ao Senado pelo PPS, Marcelo Cerqueira, foi o pivô de uma saia justa na porta da TV Globo, no Jardim Botânico. Ele chegou ao local às 21h15, quando o tucano José Serra, que havia sido entrevistado pelo JN, gravava outra entrevista, para o canal a cabo Globonews. Cerqueira queria convencer Serra a gravar depoimento para seu horário eleitoral, mas foi impedido pelos seguranças da Globo de se aproximar do carro do tucano, que saiu em alta velocidade. Indignado, ele chamou os seguranças de “fascistas”. “Não deixaram nem o Zé (Serra) me ver, senão ele teria parado”, protestou Cerqueira.

Marina elogia FH e Lula em almoço

Em almoço com empresários promovido pela Câmara Americana de Comércio, em São Paulo, a candidata Marina Silva (PV) defendeu que o sucessor do presidente Lula, mais do que um “gerente”, seja um “estrategista”.

No evento, Marina disse que o próximo presidente deve ter um novo olhar para encarar os desafios e que não existe “salvador da pátria”. “O que existem são sujeitos fazendo a transformação que o mundo precisa”, afirmou.

Marina citou como exemplos de políticos com visão estratégica o ex-presidente Fernando Henrique (PSDB), pela implementação do Plano Real, o presidente Lula, a quem se referiu como “formado pela faculdade da vida”, e Juscelino Kubitschek, pelo “plano desenvolvimentista e industrializador para o País”.

Dilma promete investir até 6% do PIB no setor de transportes

O investimento do governo no setor de transportes vai passar dos atuais 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB) para 5,5,% a 6%. A promessa é da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff. Se eleita, seus planos são ampliar a malha ferroviária, as linhas de metrô das principais cidades e investir no Veículo Leve Sobre Trilhos.

O prognóstico foi feito durante discurso no IV Brasil Sobre Trilhos, organizado pela Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários, em Brasília. Antes do evento, Dilma se irritou com as denúncias de que a campanha do PT estaria ligada a supostos dossiês contra políticos da oposição:

“Repudio a tentativa de levantar este tipo de problema em campanha eleitoral. Isso só serve para embaralhar. As pessoas que acusarem esta campanha de qualquer coisa inadequada, sem provas, vão passar para a história como caluniadores e difamadores".

Em Minas Gerais, durante a sabatina Folha/UOL, o ex-ministro das Comunicações, Hélio Costa (PMDB) — que na terça esteve no palanque com Dilma —disse que o candidato a governador Aécio Neves (PSDB) dispensou a chance de ser o candidato do presidente Luíz Inácio Lula da Silva à Presidência ao perder “o vácuo” criado pelo escândalo do Mensalão no PT. “Faltou desprendimento político, para não dizer coragem, de sair do PSDB”.