Sidrolandia
Sindicato avisa que JBS pode não ter dinheiro para pagar a folha de outubro
Este colapso financeiro comprometeria toda a cadeia produtiva do frango que congrega aproximadamente 4 mil pessoas em Sidrolândia.
Flávio Paes - Região News
16 de Outubro de 2017 - 16:45
A unidade local da Seara, não terá recursos para pagar no próximo dia 1º de novembro o salário de outubro dos seus quase 2.500 funcionários e atender os seus compromissos com fornecedores (inclusive os donos de aviários) e prestadores de serviço, se a Justiça mantiver o bloqueio judicial e R$ 730 milhões em bens e recursos da JBS, empresa que detém controle do frigorifico.
Este colapso financeiro comprometeria toda a cadeia produtiva do frango que congrega aproximadamente 4 mil pessoas em Sidrolândia. A informação foi repassada pela empresa à direção do sindicato que representa os funcionários.
Nesta segunda-feira o desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ-MS) Júlio Roberto Siqueira Cardoso negou o recurso da J&F Investimentos, dona da JBS e manteve o bloqueio de bens de quase R$ 116 milhões, concedido a pedido da CPI criada na Assembleia Legislativa para garantir o ressarcimento aos cofres públicos de incentivos fiscais concedidos à empresa que não teria cumprindo os compromissos de investimento e geração de emprego no Estado.
Nesta terça-feira um grupo de trabalhadores da Seara de Sidrolândia vai para Campo Grande em cinco ônibus para alertar os deputados sobre o risco de desemprego em massa caso as unidades da JBS no Estado encerrem suas atividades. Estarão na Assembleia delegações para representar todas as unidades.
Bloqueio
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Irregularidades Fiscais e Tributárias, da Assembleia Legislativa, pediu o bloqueio após constatar que os Termos de Ajuste de Regime Especial (Tares) que não teriam sido cumpridos pela empresa em troca dos incentivos fiscais.
No Tare 1103/2017, o valor é de R$ 285 milhões e houve concessão de R$ 99,75 milhões em incentivos fiscais à JBS em troca de investimentos em máquinas e equipamentos. A CPI considerou que os Tares não foram cumpridos em função de que identificou 93% de notas inidôneas.
A mesma decisão também determinou a indisponibilidade das oito plantas do grupo em Mato Grosso do Sul. O pedido de bloqueio foi feito pela CPI no dia 28 de setembro em ação impetrada na 4ª Vara da Fazenda Pública e de Registros Públicos de Campo Grande. No total já foram bloqueados R$ 730 milhões em patrimônio da empresa.
Os trabalhos da CPI foram encerrados no dia 27 de setembro e o relatório final deve ser finalizado até o dia 27 de outubro.