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Steve Jobs e Jorge Paulo Lemann estão entre os que mais inspiram a carreira dos jovens, diz pesquisa
Além de empreendedores e inovadores consagrados, estudo mostra que as mães estão no topo da lista de influenciadores para os jovens nascidos nos anos 90 na hora de procurar emprego.
G1
19 de Outubro de 2017 - 08:41
Steve Jobs, fundador da Apple, e o bilionário brasileiro Jorge Paulo Lemann estão entre as figuras que mais inspiram e influenciam a carreira dos jovens da geração Z (nascidos a partir da década de 90). É o que mostra a pesquisa Carreiras em transformação da Page Talent, empresa de recrutamento especializada em estágios e trainees, e da Inova Business School.
Essa lista traz resultados surpreendentes. Por se tratar de uma geração amplamente conectada, esperávamos até que outros nomes mais ligados ao dia a dia desses jovens aparecessem na pesquisa. Isso mostra que essa turma procura para suas carreiras a inspiração de pessoas ligadas à inovação, empreendedorismo e sucesso. Pretendem aprender algo com eles e que os motivem a trilhar uma carreira mais vitoriosa, analisa Manoela Costa, gerente-executiva da Page Talent.
A expectativa dos pesquisadores era de que youtubers e celebridades inspirassem a carreira de jovens, mais do que os grandes nomes do mundo dos negócios.
Veja o ranking das pessoas que mais inspiram os jovens da geração Z
- Steve Jobs (8%)
- Jorge Paulo Lemann (5%)
- Silvio Santos (4%)
- Barack Obama (3%)
- Jesus Cristo (3%)
- Bill Gates (3%)
- Flávio Augusto da Silva (3%)
- Elon Musk (2%)
- Mark Zuckeberg (2%)
A pesquisa foi feita em abril e maio deste ano e teve a participação de 4.093 candidatos a programas de estágio e trainee e 310 representantes de RH de empresas de diversos setores e portes.
O empresário Jorge Paulo Lemann, em foto de novembro de 2013 (Foto: Felipe Rau/Estadão Conteúdo/Arquivo)
Empreendedores e família influenciam a carreira
Empreendedores de sucesso, inovadores de sucesso e as mães estão entre os que mais influenciam as decisões dos jovens na hora de procurar emprego. O estudo considerou peso 3 como máxima influência e 1 como menor intensidade. As três categorias tiveram nota média de 2,50.
Completam o ranking: executivos de sucesso (2,42), professores/mentores (2,41), amigos (2,21), pesquisadores de sucesso (2,19) e o pai (2,18).
Por outro lado, celebridades (1,28), youtubers e blogueiros (1,54), líderes políticos (1,54) e redes sociais (1,90) foram listados como aqueles com menor influência.
Dois tipos de referências convergem a curva de influência de um jovem: figuras inatingíveis, como exemplos de sucesso e história, e figuras familiares que possibilitam troca, sejam de informações, experiências ou opiniões. Conhecendo melhor quais são as visões reais de influências concluímos que a aproximação ao jovem está além das impressões, analisa Manoela.
O que buscam nas empresas
O principal atrativo para os jovens em uma vaga de emprego é o plano de carreira estruturado (61%). Essa característica fica à frente até do salário (45%).
Por outro lado, 65% deles não veem possibilidades claras de crescimento nas empresas onde trabalham (traduzida pela baixa efetivação de estagiários). De acordo com os profissionais de RH, apenas 44% afirmaram efetivar até 30% do seu contingente de estagiários.
As características mais valorizadas em jovens estagiários são a boa relação interpessoal e desenvoltura na comunicação (53%), personalidade ativa e mão na massa (44%), dedicação (30%) e uma faceta versátil que o permita transitar e ter visão de atividades diversas (30%).
Os jovens buscam empresas que valorizam a preservação da qualidade de vida de seus colaboradores (68%), compromisso com a inovação e tecnologia (28%) e representassem caráter de cuidado e responsabilidade social (48%) e ambiental (29%).
Não são programas e posicionamento inovador que fazem diferença. Mesmo em termos de estrutura física, os jovens afirmaram idealizar empresas dos sonhos em espaços mais corporativos ou co-working na mesma proporção, aponta Manoela.
Os jovens buscam gestores inspiradores (50%), abertos (35%) e dinâmicos (16%).
A primeira impressão nos indica que os jovens buscam gestores menos presos ao operacional diário e que trabalhem com altas ambições e ritmo. Esta projeção também está ligada a quem estes jovens gostariam de se tornar quando tomarem a cadeira de gerente, diz Manoela.