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Temer diz que governo dele "aguenta" Previdência sem reforma, mas os próximos não aguentarão
Presidente deu entrevista a uma rádio do Recife nesta sexta-feira (2). Como tem feito em diversas aparições recentes na mídia, ele disse que reforma é para preservar direitos.
G1
02 de Fevereiro de 2018 - 09:10
O presidente Michel Temer disse nesta sexta-feira (2), em entrevista à Rádio Jornal do Recife, que o governo dele "aguenta" a Previdência Social sem reforma, mas, segundo ele, o mesmo não vai acontecer com os próximos governos.
Temer deu a declaração ao ser questionado se as reformas já realizadas pelo governo correm o risco de não produzir efeitos caso a da Previdência não vá adiante. Segundo ele, as reformas "já deram certo", mas é preciso aprovar as mudanças nas regras de aposentadoria para "fechar" o ciclo reformista.
"É preciso um certo fechamento dessas reformas, com a da Previdência. Não é para o meu governo. Eu aguento a Previdência [sem reforma]. Houve um déficit de R$ 268 bilhões em 2017. A tendência é aumentar neste ano. Mas o meu governo aguenta. O que não vai aguentar são os próximos", afirmou o presidente.
Entre as principais mudanças propostas pela reforma da Previdência está o aumento da idade mínima para aposentadoria (veja aqui o que muda). O governo argumenta que a reforma é essencial para as contas públicas do país e para a superação da crise fiscal.
No entanto, o Palácio do Planalto ainda corre atrás dos votos para aprovar o texto na Câmara e no Senado. A votação no plenário da Câmara, onde é necessário o apoio de 308 dos 513 deputados, está marcada para começar no dia 19 de fevereiro. Com a volta do recesso dos parlamentares, na próxima segunda-feira (5), o governo vai intensificar as negociações em busca dos votos.
Nos últimos dias, Temer tem cumprido uma agenda de entrevistas em diversos veículos de comunicação. No período de sete dias, ele foi a canais de televisão e emissoras de rádio. Em todas as ocasiões, seguindo a orientação de um publicitário, o presidente aproveitou para defender a reforma da Previdência.
Nesta sexta, ele voltou a dizer que as mudanças são para preservar os direitos de aposentados, pensionistas e servidores públicos.
"Nós estamos pensando no aposentado, no servidor, para não acontecer o que está acontecendo em muitos estados brasileiros. Não há pagamento de aposentados, a servidores, há atrasos. Ou o que aconteceu em vários países, que tiveram que cortar pensões, vencimentos dos servidores", argumentou o presidente.