Sidrolandia
UGT evitará evento sindicalista pró-Dilma em junho
Redação de Noticia
23 de Abril de 2010 - 17:22
A UGT (União Geral dos Trabalhadores ) decidiu não participar do ato que reunirá as principais centrais sindicais do país no Estádio do Pacaembu, em São Paulo, em 1º de junho. A decisão está ligada à grande influência de lideranças do PPS, que apoiam a candidatura de José Serra (PSDB).
Para eles, o ato será uma aclamação para a pré-candidata do PT, Dilma Rousseff, conforme disse o presidente da UGT, Ricardo Patah, também presidente do Sindicato dos Comerciários de São Paulo.
- Não vamos participar. As centrais vão levar Dilma para o campo, e por conta de um grupo forte do PPS na UGT não temos condições de estar na atividade. [...] Não há consenso na UGT sobre o apoio a candidatos à Presidência. A UGT é plural e temos grupos que apoiam Serra, outros que apoiam Dilma e outros que apoiam Marina.
A UGT existe há três anos e representa cerca de 14% dos sindicatos do País, ou 1,5 milhão de trabalhadores. Diferentemente da CUT e da Força, ligadas à base do governo Lula, o deputado estadual David Zaia (PPS), líder dos bancários da antiga Nossa Caixa, é um dos vice-presidentes da entidade, bem como o vice-prefeito de Carapicuíba, Antônio Carlos dos Reis, o Salim (DEM), e o deputado federal José Roberto Santiago Gomes (PV).
A diferença em relação à CUT (Central Única dos Trabalhadores) e à Força Sindical é que a maioria dos sindicatos ligados à UGT não está na indústria, mas no comércio e nos serviços.
É o caso do secretário nacional de Organização e Políticas Sindicais da UGT, Chiquinho Pereira, também presidente do Sindicato dos Padeiros de São Paulo, que é filiado ao PPS, conforme disse Patah.
- Os padeiros e os bancários estão com Serra.
Dos 15 Estados onde a UGT tem representação, 11 se posicionaram a favor da candidatura de José Serra à Presidência da República.
CUT, Força Sindical, CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil), CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) e NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores) vão reunir 35 mil pessoas no dia 1º de junho no Estádio do Pacaembu. De acordo com as centrais, o objetivo será apresentar uma lista de propostas de interesse dos trabalhadores para os candidatos à Presidência da República.
O secretário-geral da Força, João Carlos Gonçalves, o Juruna, e o presidente nacional da CUT, Artur Henrique, negam que o evento será uma aclamação da candidatura de Dilma.
- Vamos convidar todos os candidatos e entregar a todos eles nossa pauta.
Os dirigentes admitem, porém, que a maioria dos integrantes das centrais é favorável à candidatura de Dilma Rousseff.
- Minha posição pessoal é que temos que manter independência e autonomia, mas não podemos ser omissos. Temos dois projetos colocados nessa eleição e devemos trabalhar para impedir o retrocesso. Na nossa opinião, é a vitória de Serra, que representa a volta das políticas neoliberais do PSDB, DEM e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
De acordo com Juruna, o documento a ser entregue aos candidatos ficará pronto até o dia 1º de maio, Dia do Trabalhador. No dia 1º de junho a carta será lida e votada no estádio, palco de uma grande assembleia dos trabalhadores.