Sidrolandia
Verba indenizatória revela contradição de deputados
Redação de noticia
27 de Maio de 2010 - 08:57
Questionados sobre os PS, prestadores de serviço que atuariam com vínculos trabalhistas precários na Assembléia Legislativa, quase todos são evasivos ou remetem a responsabilidade sobre a questão para a Mesa Diretora da Casa.
Alguns não escondem a irritação e chegam à grosseria quando questionados. Verba de gabinete? Que verba de gabinete? Não existe nada disso aqui. E funcionários eu tenho o que todo mundo tem! A exasperação é do deputado Onevam de Matos (PSDB-MS).
Já outros, preferem sair pela tangente e recorrer à onisciência da Mesa Diretora da AL. Sobre esse assunto, somente a Mesa Diretora vai se manifestar, esquiva-se Antônio Carlos Arroyo (PR-MS).
Sobre esses valores, eu até forneço todas as informações, desde que você encaminhe uma solicitação por escrito ao meu gabinete, dificulta o deputado Reinaldo Azambuja (PSDB-MS).
R$ 11.250 para gastos corriqueiros
Cada gabinete tem direito a 25 mil por mês para contratar funcionários. Além disso, temos uma verba de gabinete de 11.250,00 que a gente usa para pagar os gastos de gabinete, como combustível, impressões, esses gastos corriqueiros, resume didaticamente o deputado Junior Mochi (PMDB-MS).
Esse total de R$ 11.250,00, na verdade, é a chamada verba indenizatória. É o dispositivo contábil que permite aos parlamentares pegarem de volta tudo que dizem ter gastado durante o mês com combustível, impressos, papelaria e outros tipos de gastos comprovados mediante apresentação de nota fiscal.
Trad: Pago do meu bolso e provo
O deputado Marquinhos Trad (PMDB-MS) foi o único a garantir que nunca recebeu a verba indenizatória. Nunca apresentei nota fiscal nenhuma para receber esse dinheiro porque eu pago tudo do meu bolso e provo, desafia.
O presidente da Assembléia, deputado Jerson Domingos (PMDB-MS), contraria a declaração do colega de partido. Todo mundo aqui recebe sim essa verba indenizatória, inclusive o Marquinhos. Agora, o que cada um faz com isso é decisão deles. Cada um sabe como usa e isso é uma coisa de cada um, irrita-se.
Sobre os funcionários do gabinete, Marquinhos apresenta à reportagem um rascunho de próprio punho com 12 nomes. São esses aqui os meus funcionários do gabinete, todos nomeados legalmente, diz.
Outro peemedebista, o deputado Youssif Assis Domingos (PMDB-MS) diz que também usa a verba de R$ 11.250,00 para gastos com combustível, publicidade e correspondência.
Já o deputado Londres Machado (PR-MS) informa que tem 17 servidores trabalhando no gabinete, reconhece a existência da verba indenizatória e se abstém de mais declarações quando questionado sobre os PS, ou prestadores de serviços, que teriam vínculos precários com a Casa: Só a Mesa Diretora fala sobre esse assunto.