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Vice-presidente da Fiems solicita a ministro da Indústria manutenção do Brasil Mais Produtivo
O cadastro deve ser feito pela empresa na página do programa na internet, detalhando o setor e a localidade em que atua, além do número de funcionários.
Daniel Pedra - Fiems
13 de Novembro de 2017 - 14:43
Durante a cerimônia de abertura do 35º Encontro Econômico Brasil-Alemanha (EEBA), realizado pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) e Federação das Indústrias Alemã (BDI), em parceria com a Associação das Câmaras de Comércio Alemãs no Brasil (AHK) e Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), no Centro de Eventos da Federação em Porto Alegre (RS), o 2º vice-presidente da Fiems, José Francisco Veloso Ribeiro, solicitou ao ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Marcos Pereira, a manutenção do Programa Brasil Mais Produtivo.
Conversamos sobre a necessidade de o Governo Federal ampliar as ações de apoio à indústria e, especialmente, manter o Brasil Mais Produtivo, uma parceria fundamental para atender às micro e pequenas empresas que necessitam desse tipo de orientação para ampliarem a produtividade e manterem-se competitivas no mercado, destacou José Francisco Veloso. O Programa é executado pelo Senai em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI). Além disso, conta com apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Entre abril de 2016 e abril deste ano, 550 empresas de todos os Estados brasileiros tiveram seu atendimento concluído por mais de 500 consultores do Senai, enquanto outras 1.102 empresas estão em atendimento. Foram feitas intervenções para aumento da produtividade por meio da redução dos sete tipos de desperdícios mais comuns: superprodução, tempo de espera, transporte, excesso de processamento, inventário, movimento e defeitos. Ao final, a avaliação dos resultados é realizada a partir de quatro indicadores: produtividade (aumento da quantidade de unidades produzidas em um espaço de tempo); movimentação (a diferença entre o tempo de movimentação dentro da empresa antes e depois do programa); qualidade (a diferença entre o retrabalho antes e depois do programa) e retorno financeiro (diferença entre o retorno financeiro e o que foi investido no programa).
Podem se candidatar ao Brasil Mais Produtivo as empresas industriais com produção manufatureira, de pequeno e médio portes, que tenham entre 11 e 200 empregados e, preferencialmente, estejam inseridas em Arranjos Produtivos Locais (APLs) ou aglomerações produtivas. O cadastro deve ser feito pela empresa na página do programa na internet, detalhando o setor e a localidade em que atua, além do número de funcionários. Em dois anos, estão previstos investimentos de R$ 50 milhões, sendo que o custo de atendimento em cada empresa é de R$ 18 mil - destes, R$ 15 mil são aportados pelos realizadores e o restante é a contrapartida do participante.
Encontro
Mercosul e União Europeia devem alcançar um bom acordo de livre comércio até dezembro deste ano. Essa é a expectativa do presidente da CNI), Robson Braga de Andrade, que destacou o apoio dos setores privados de Brasil e Alemanha, as duas maiores economias dos blocos, na conclusão do tratado. O presidente da CNI participou da abertura do 35º EEBA, em Porto Alegre (RS), que é o maior evento da agenda bilateral brasileira e ocorre pela iniciativa da CNI e BDI, em parceria com a AHK e Fiergs. Nesta edição, o encontro trata sobre Parceria Brasil e Alemanha: novas oportunidades de cooperação" e reúne mais de dois mil empresários e membros dos dois governos.
A presença de inúmeros empresários brasileiros e alemãs demonstra o valor atribuído a este foro, por ambos os lados, como construtor da agenda bilateral empresarial, e catalisador de fluxo de comércio e de investimento entre os nossos países, disse o presidente da CNI. Robson Braga de Andrade também destacou a importância do apoio da Alemanha ao processo de adesão do Brasil à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O pedido foi formalizado pelo governo brasileiro em abril. Para o presidente da CNI, a adesão do Brasil à OCDE é fundamental para que o país possa, de forma célere, concretizar as mudanças necessárias em questões regulatórias, políticas macroeconômicas, trabalhistas e ambientais.
A CNI avalia que a celebração de uma Convenção para Evitar a Dupla Tributação da Renda entre Brasil e Alemanha é medida prioritária, devido ao potencial de aumentar a segurança jurídica e a competitividade das empresas nos negócios bilaterais. De acordo com Robson Braga de Andrade, o momento atual, com a formalização do pedido de adesão à OCDE, apresenta oportunidades para negociar um novo acordo para evitar dupla tributação, ao permitir a rediscussão de cláusulas do modelo brasileiro, que deve aproximá-lo do alemão.
Também é importante renegociarmos o acordo de previdência social, para ampliarmos o prazo para a continuidade da aplicação da legislação do país de origem ao trabalhador expatriado de dois para cinco anos, afirmou o presidente. Participaram da abertura do EEBA o presidente do Conselho da Indústria Alemã para América Latina (LADW) e membro do Conselho Administrativo da Volkswagen AG, Andreas Renschler; o presidente das Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), Gilberto Petry, o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira, o secretário-geral das Relações Exteriores das Ministério das Relações Exteriores, embaixador Marcos Galvão, o vice-ministro de Assuntos Econômicos e Energia Matthias Machnig e o governador Rio Grande do Sul.
O EEBA 2017 é realizado durante dois dias, nesta segunda-feira (13) e na terça (14), para discutir oportunidades de parceria e cooperação sobre: internet das coisas e startups na área de manufaturados; eficiência energética industrial; infraestrutura e cidades inteligentes; segurança no trabalho; ambiente de negócios e facilitação de comércio e seus impactos para pequenas e médias empresas; e saúde e educação. Ocupa um espaço de mais de 14 mil metros quadrados e terá mais de 80 expositores entre brasileiros e alemães.
Durante o EEBA, 97 empresas alemãs e 532 empresas brasileiras participam de rodadas de negócios. A proposta é que ocorram mais de 400 reuniões empresariais, com expectativa de US$ 10 milhões. As empresas participantes são principalmente dos setores de alimentos, couro e calçados, energias renováveis, química e petroquímica, saúde e Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC). O evento é realizado em parceria com a Rede Enterprise Europe Network (EEN), coordenada pela Comissão Europeia, e tem apoio da Apex-Brasil.