Agronegócio
Com incremento de 4,1% na área plantada, Sidrolândia pode ter safra recorde de soja
Flávio Paes/Região News
25 de Outubro de 2020 - 20:43
Se repetir a produtividade da safra 2019/2020, 54 sacas por hectare, Sidrolândia terá uma safra recorde, chegando a 810 mil toneladas, mantendo-se como o terceiro maior polo estadual de produção do grão, superado apenas por Ponta Porã e Maracaju. A área plantada aumentou quase 10 mil hectares, exatos 9.637 hectares, de 240.363,58 para 250 mil hectares.
A colheita pode ser melhor, superar 980 mil toneladas e o município assumir a vice-liderança (Ponta Porã produziu na última safra 920 mil toneladas), se a produtividade média for igual a da safra 2017/2018. O plantio ainda está na fase inicial, chegou a 4,1% da área prevista, conforme o último boletim da Famasul (Federação da Agricultura de Mato Grosso do Sul).
Em algumas regiões, como a do Capão Seco, há produtores que já plantaram 70% da área prevista. É o caso do pequeno produtor (para os padrões da cultura) Claiton Straube que já fez o plantio em 210 dos 300 hectares da sua lavoura. Sua expectativa é repetir o resultado do ano passado, quando obteve 80 sacas por hectare. A cotação da soja teve um aumento de 57% (de R$ 78, 00 para R$ 123,00), mas a lucratividade não vai acompanhar, porque o custo de produção que nesta mesma época do ano era 38 sacas por hectare (R$ 2.964,00) hoje passa de 48 sacas (R$ 5.904,00), praticamente dobrou.
Ano passado Sidrolândia registrou uma safra recorde, quase 780 mil toneladas, um incremento de 12,19% sobre a do ano anterior, empurrada pelo aumento de 3,83% na área plantada e 8,66% da produção, Sidrolândia perdeu para Ponta Porã, o posto de segundo maior polo de produção de soja de Mato Grosso do Sul conquistado ano passado. O ranking continua sendo liderado por Maracaju.
Conforme o levantamento final da colheita, divulgado pela Famasul (Federação da Agricultura de Mato Grosso do Sul), enquanto Ponta Porã colheu 920.8535,71 toneladas, a produção sidrolandense foi de 778.989,99 toneladas. A cidade fronteiriça recuperou a vice-liderança (perdida em 2019), porque a produtividade subiu de 42,84 sacas por hectare para 57,41, enquanto em média o produtor sidrolandense, obteve 53,95 de média, um aumento de 8,66% sobre as 49,64 sacas da safra passada. Além disso, Ponta Porã teve uma área plantada maior (267 mil hectares, ante os 241 mil hectares de 2018/2019) que a de Sidrolândia (de 231 mil passou para 240 mil, crescimento de 3,83%).
Em 2019 a estiagem provocou quebra na produção pontaporanense e com isto o município perdeu a segunda posição para a Sidrolândia mesmo com maior área plantada (10 mil hectares a mais). Nos últimos três anos a área plantada no município aumentou 30,74% (de 184 para 240 mil hectares), reduzindo a distância em relação ao maior polo de produção, Maracaju (com 315 mil hectares, 64,5 sacas de produtividade e 1,2 milhão de toneladas colhidos) e a vice-líder, Ponta Porã, que em 2017 tinha uma dianteira de 60 mil hectares, diferença que caiu mais da metade, 27 mil hectares.
Além disso, estes municípios já chegaram no limite da área cultivável, enquanto Sidrolândia, tem uma margem de incremento, principalmente com o avanço do arrendamento dos mais de 70 mil hectares de lotes da reforma agrária, para o plantio de soja. De qualquer forma, os produtores de Sidrolândia não têm do que reclamar dos resultados da safra, em que o tempo ajudou (apesar do susto inicial, quando a estiagem atrasou o plantio e muita gente teve de fazer replantio). A área plantada aumentou 3,83% (de 231 para 240 mil hectares); a produtividade foi 8,66% maior (de 49,64 para 53,93 sacas por hectare) e a produção final teve um incremento de 1,4 milhão de sacas, que se fossem comercializadas na cotação de hoje da oleaginosa (R$ 83,00 a saca) daria um faturamento bruto de R$ 117 milhões.
Na prática, por exemplo, pelos cálculos do gerente da unidade local da Coamo, Walmir Ritter, 65% da produção já foi comercializada a um preço médio de R$ 8,00 menor (R$ 75,00) ou até mesmo menor, sobretudo quem fez venda antecipada.
Histórico da área plantada e produção em Sidrolândia | ||
2004 | 85 mil hectares | 178.510 toneladas |
2005 | 94.800 hectares | 199.800 toneladas |
2006 | 93.000 hectares | 213.900 toneladas |
2007 | 95 mil hectares | 269.900 toneladas |
2008 | 95 mil hectares | 256.900 toneladas |
2009 | 97 mil hectares | 238.620 toneladas |
2010 | 115 mil hectares | 345 mil toneladas |
2011 | 120 mil hectares | 194.400 toneladas |
2012 | 130 mil hectares | 358.000 toneladas |
2013 | 142 mil hectares | 361 mil toneladas |
2014 | 162 mil hectares | 506 mil toneladas |
2015 | 173 mil hectares | 549 mil toneladas |
2016/2017 | 184 mil hectares | 548 mil toneladas |
2017/2018 | 216.926,24 hectares | 853.528,32 toneladas |
2018/2019 | 231.437,24 hectares | 693.506,85 toneladas |
2019/2020 | 240.363,58 hectares | 778.096,99 toneladas |
2020/2021 | 250.000,00 hectares | 810 mil toneladas (previsão) |