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BRASIL

Produção de arroz no Brasil pode ser a maior em sete anos

A importação deve cair 18%, para 1,4 milhão de toneladas.

Página 1 News

07 de Janeiro de 2025 - 09:55

Produção de arroz no Brasil pode ser a maior em sete anos
A previsão é que as vendas alcancem 2 milhões de toneladas, na comparação com 1,3 milhão em 2023/24. Foto: Paulo Rossi

O recorde de preços de arroz no mercado interno em 2023/24 fez o produtor brasileiro ampliar a área de cultivo em quase 10% nesta temporada e a expectativa é que a colheita seja a maior em sete anos, com 12,06 milhões de toneladas.

Essa produção deve fazer o Brasil reduzir as importações em 2024/25, segundo o Centro de Estudos em Economia Aplicada (Cepea), bem como favorecer as importações. A previsão é que as vendas alcancem 2 milhões de toneladas, na comparação com 1,3 milhão em 2023/24. A importação deve cair 18%, para 1,4 milhão de toneladas.

“Em toda a região arrozeira do Mercosul, a produção tem potencial para superar 16 milhões de toneladas”, divulgou o analista Evandro Oliveira, da Safras & Mercado.

A colheita no Brasil deverá ter início na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul em meados de fevereiro, com o pico entre o final de março e início de abril, e o processo industrial geralmente demanda períodos mínimos de até 15 dias, assegurando o melhor aproveitamento do produto.

Essa farta oferta deve pressionar os preços do cereal no mercado interno, principalmente no primeiro semestre. Para Oliveira, os valores devem ficar entre R$ 80 e R$ 90 a saca de 50 quilos, o que praticamente equivalem a um “empate” para os produtores, considerando uma gestão eficiente de custos e alta produtividade esperada.

Nesta segunda-feira (6/1), a saca de arroz valia R$ 99,08 no Rio Grande do Sul, segundo o Cepea. O pico de preços do cereal foi registrado em janeiro de 2024, quando passou de R$ 131 a saca.

Além da oferta, o setor enfrentará uma demanda em queda no mercado interno. “O varejo terá um papel central na adaptação ao novo cenário, com marcas tradicionais buscando reconquistar espaço frente às marcas ‘de combate’, focadas em um público sensível a preços”, afirmou o analista.

As exportações, então, continuarão desempenhando um papel crucial como balizador de preços. O dólar elevado – acima de R$ 6 – deve favorecer a competitividade do arroz brasileiro no mercado internacional, ampliando oportunidades, mas também exigindo cautela devido à maior concorrência em mercados-chave como o africano (grande consumidor de quebrados). “A meta de 2 milhões de toneladas (base casca) de embarques já alcançada em temporadas anteriores torna-se crucial a fim de se evitar estoques de passagem ainda maiores para 2026”, ponderou Oliveira.

O Cepea lembra que, mundialmente, as condições das lavouras são consideradas boas em praticamente todos os principais países produtores (exceto nas Filipinas), o que deve contribuir para uma produção recorde na temporada 2024/25. O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) estima que a colheita global ficará em 533,86 milhões de toneladas, 2,11% acima de 2023/24.