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Economia

Dólar salta mais de 4% e bate R$ 4,83

Na quarta-feira (20), a moeda norte-americana recuou 1,03%, cotada a R$ 4,6194.

G1

22 de Abril de 2022 - 14:40

Dólar salta mais de 4% e bate R$ 4,83
Nota de US$ 5 dólares — Foto: REUTERS/Thomas White

O dólar opera em forte alta nesta sexta-feira (22), impulsionado globalmente por apostas em maior agressividade do banco central dos Estados Unidos no ritmo de alta de juros, enquanto o noticiário político local elevava a cautela de investidores.

Às 16h03, a moeda norte-americana subia 4,06%, cotada a R$ 4,8071. Veja mais cotações. Na máxima, bateu R$ 4,8391.

Já o Ibovespa opera em forte queda.

Na quarta-feira, véspera do feriado, o dólar fechou em queda de 1,03%, cotado a R$ 4,6194. Foi o segundo menor valor da moeda em dois anos. Com o resultado, passou a acumular baixa de 2,94% na parcial do mês e queda de 17,14% no ano.

O que está mexendo com os mercados?

No exterior, os mercados seguem pautados pelas renovadas apostas de juros mais altos nos Estados Unidos, em meio à inflação em disparada e de um menor crescimento da economia global.

O presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, afirmou na quinta-feira que um aumento de 0,5 ponto percentual nos juros estará "sobre a mesa" quando o Fed se reunir em maio, acrescentando que seria apropriado "agir um pouco mais rapidamente".

Com a inflação atingindo cerca de três vezes a meta de 2% do Fed, "é apropriado avançar um pouco mais rapidamente", disse Powell.

O comentário -- que consolida a ampla expectativa de que o banco central norte-americano intensificará a dose de aperto monetário diante da inflação mais alta em quatro décadas -- levou o índice do dólar contra uma cesta de rivais fortes a tocar uma máxima em 25 meses nesta sexta-feira, segundo a Reuters.

Juros mais altos nos EUA elevam a atratividade de se investir na extremamente segura renda fixa norte-americana, o que tende a aumentar o ingresso de recursos na maior economia do mundo e, consequentemente, valorizar o dólar.

Mas o real liderava as perdas globais nesta sexta, o que parte dos mercados associou à notícia de que o presidente Jair Bolsonaro anunciou um decreto concedendo perdão ao deputado Daniel Silveira (PTB-RJ), condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 8 anos e 9 meses de prisão por ataques à democracia. A medida foi vista por muitos como uma afronta ao STF, com potencial de abrir nova crise com a cúpula do Judiciário.

Alguns participantes do mercado também citaram movimento de ajuste no preço do dólar --que havia caído acentuadamente na quarta-feira-- na volta do feriado de Tiradentes.

Na cena doméstica, o foco também estava na política monetária, depois de declaração do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, de que o Copom estará pronto para ajustar o tamanho de seu ciclo de aperto no caso de choques inflacionários maiores ou mais persistentes do que o esperado. Ele repetiu previsões anteriores de que o BC elevará a taxa Selic em 1 ponto percentual em sua próxima reunião, ante patamar atual de 11,75%.