Economia
Dólar volta a cair, após maior recuo diário desde 2018 na véspera
No dia anterior, moeda norte-americana encerrou o dia em queda de 4,07%, a R$ 5,1746.
G1
04 de Outubro de 2022 - 09:46
O dólar opera em queda nesta terça-feira (4), depois do maior recuo registrado em quatro anos no dia anterior, com investidores ainda repercutindo positivamente o resultado do primeiro turno das eleições presidenciais. Às 10h42, a moeda norte-americana caía 0,33%, a R$ 5,1573. Veja mais cotações
No dia anterior, a moeda norte-americana encerrou o dia em recuo de 4,07%, a R$ 5,1746 - maior queda diária desde 8 de junho de 2018, quando o dólar encerrou em baixa de 5,5%. Com o resultado, passou a acumular queda de 7,18% no ano frente ao real. Apesar disso, segue longe da menor cotação do ano: em abril, chegou a R$ 4,6076.
O que está mexendo com os mercados?
"Estamos vendo hoje, lá fora, um persistente apetite por risco --em sequência ao movimento de ontem. Acredito então que o real e nossos demais ativos estão se beneficiando deste movimento externo", disse à Reuters Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital.
Enquanto isso, investidores continuavam reagindo positivamente ao resultado das eleições de domingo. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi o mais votado no primeiro turno, mas o candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) teve um desempenho melhor do que o esperado, o que foi recebido pelos mercados como um sinal de que Lula pode precisar moderar seu discurso e buscar alianças mais ao centro.
"Mais do que o resultado da eleição presidencial de primeiro turno, foi a composição do Congresso que trouxe um viés positivo para nosso cenário", avaliou Bergallo.
Mais da metade das 27 vagas em jogo no Senado foram levadas por candidatos declaradamente bolsonaristas, enquanto aliados do atual presidente também garantiram vitória já no primeiro turno para os governos de Rio de Janeiro, Paraná e Distrito Federal.
Os mercados interpretaram esse resultado com sinal de que, mesmo que Lula chegue ao Planalto, enfrentará muita resistência no Legislativo à agenda econômica e fiscal prometida durante sua campanha. O petista já disse diversas vezes que, se eleito, abandonaria a regra do teto de gastos, instrumento considerado uma âncora para as contas públicas.