Economia
Estado encerra 2010 com expansão na produção industrial
A Sondagem Industrial feita pelo Radar da Fiems também revela que o Índice de Confiança do Industrial em janeiro de 2011 foi de otimismo
Daniel Pedra
02 de Fevereiro de 2011 - 10:46
A atividade industrial em Mato Grosso do Sul fechou 2010 em expansão, com o índice alcançando 51,7 pontos em dezembro, contra 44,7 e 44,1 pontos nos meses de novembro e outubro, respectivamente, conforme aponta a Sondagem Industrial realizada mensalmente pelo Radar Industrial da Fiems junto às empresas do Estado para mostrar a evolução da produção, utilização da capacidade instalada, estoque de produtos finais, compras de matérias primas e as expectativas dos empresários para os próximos seis meses.
Pelo levantamento, o mês de dezembro registrou o maior índice de expansão da produção industrial do último trimestre e o Estado encerrou o ano com as atividades industriais em crescimento.
O resultado observado sinaliza, deste modo, uma expansão mais disseminada entre os segmentos industriais do Estado (valores acima de 50 pontos sinalizam aumento da produção da indústria). Adicionalmente, do total de respondentes, 32% indicaram que a produção industrial, no período pesquisado, mostrou-se em elevação moderada, contra 21% e 11% que tiveram reduções moderada e acentuada, respectivamente. Já os 37% restantes apontaram estabilidade na produção industrial, comparativamente ao mês anterior.
Quanto à utilização da capacidade instalada, o índice encerrou o ano em 48,8 pontos, sendo o maior resultado do último trimestre, já que nos meses de outubro e novembro o indicador ficou em 40,0 e 47,3 pontos, respectivamente.
Em síntese, o desempenho ocorrido sinaliza que o uso das máquinas e equipamentos instalados nas plantas industriais pesquisadas em Mato Grosso do Sul foi ligeiramente inferior àquilo que é tido como usual para o mês (valores a partir dos 50 pontos indicam utilização acima do usual para o período).
Contudo, a intensidade de utilização foi suficiente para garantir a elevação da produção industrial, comparativamente aos meses de novembro e outubro, como indicado anteriormente. Adicionalmente, do total de respondentes, 21% indicaram que a utilização da capacidade instalada esteve moderadamente acima do usual para o mês de dezembro, contra 11% que sinalizaram uma utilização muito abaixo e 16% moderadamente abaixo. Já os 53% restantes apontaram adequação na utilização da capacidade instalada, comparativamente àquilo que é tido como usual para o mês.
Com relação ao índice referente ao estoque de produtos finalizados, no mês de dezembro, ficou em 39,1 pontos. Indicando, deste modo, que a quantidade de produtos finalizados ao final do mês, esteve abaixo daquilo que foi planejado ou desejado pelos respondentes. Neste caso, o indicativo de adequação entre os estoques planejados e o resultado apurado ao fim do mês ocorre quando o índice fica em torno dos 50 pontos.
Sendo assim, valores inferiores a essa marca significam que os estoques estiveram abaixo, já os valores superiores sinalizam que os estoques foram maiores que os níveis planejados ou desejados para o mês em questão.
Por fim, 6,0% dos respondentes disseram que a quantidade de produtos finalizados em estoque esteve muito abaixo em relação ao planejado para o mês de dezembro, enquanto 18% afirmaram que os estoques estiveram moderadamente abaixo dos níveis planejados.
Contra 24% com um estoque moderadamente maior. Os 53% restantes apresentaram uma quantidade em estoque adequada aos níveis planejados ou desejados para o mês. Quanto às expectativas para a demanda por seus produtos nos próximos seis meses, os industriais sul-mato-grossenses se mostraram otimistas, com o indicador alcançando a marca de 57,1 pontos.
Comportamentos semelhantes foram verificados quanto ao número de empregados com 52,5 pontos e compras de matérias-primas com 60,5 pontos. Por fim, nos três casos, indicadores acima dos 50 pontos significam a ocorrência de expectativas positivas para os próximos seis meses.
Situação financeira
Ainda de acordo com a Sondagem Industrial feita pelo Radar da Fiems, em Mato Grosso do Sul, de um modo geral, os empresários industriais mostram-se satisfeitos com as margens de lucro operacional e com a situação financeira geral de suas empresas, com os indicadores apurados alcançando 61,3 e 75,9 pontos, respectivamente. Em relação ao acesso ao crédito, o indicador também sinaliza que os empresários industriais sul-mato-grossenses estão satisfeitos com as atuais condições, com o indicador marcando 54,5 pontos (valores acima de 50 pontos indicam satisfação dos empresários em relação aos itens pesquisados).
Contudo, quando os resultados são apresentados por porte das empresas pesquisadas, constata-se que houve significativa diferença nos índices apurados entre as de pequeno e de médio/grande portes. Para se ter idéia, nas empresas industriais enquadradas no primeiro grupo, os resultados obtidos para a margem de lucro operacional, situação financeira geral da empresa e acesso ao crédito ficaram em 39,6, 45,8 e 38,9 pontos, respectivamente. Indicando, portanto, que em Mato Grosso do Sul os empresários industriais de empresas de pequeno porte não se mostraram satisfeitos com tais condições, já que todos os resultados ficaram abaixo dos 50 pontos.
Nas empresas enquadradas como de médio/grande porte todos os índices ficaram acima dos 50 pontos. Especialmente nos casos observados para a situação financeira geral da empresa e margem de lucro operacional, que obtiveram índices equivalentes a 83,3 e 66,7 pontos, respectivamente. No caso da satisfação com as condições de acesso ao crédito o indicador ficou 58,3 pontos. Além disso, em Mato Grosso do Sul, a exemplo do resto do País, a elevada carga tributária também foi indicada como o principal problema enfrentado pelos industriais sul-mato-grossenses, com 73,7% das indicações.
Na seqüência aparece a falta de trabalhador qualificado com 52,6%. Contudo, em Mato Grosso do Sul, comparativamente ao resultado nacional, o problema parece ter sido ainda mais intenso no quarto trimestre de 2010, apresentando um indicador maior em 22,4 pontos percentuais. Em seguida vem competição acirrada no mercado com 31,6%. Por fim, as taxas de juros elevadas aparecem como a quarta maior dificuldade enfrentada pelo empresário industrial de Mato Grosso do Sul no quarto trimestre de 2010, com 26,3%.
ICEI
Já o Índice de Confiança do Empresário Industrial em Mato Grosso do Sul (ICEI/MS) alcançou no mês de janeiro de 2011 o seu maior valor em Mato Grosso do Sul, equivalente 70,6 pontos. O resultado foi 6,5% superior em relação ao último levantamento para o estado. Já no comparativo com a média histórica nacional para o período, que é 59,7 pontos, o resultado foi 18,3% maior. O destaque em Mato Grosso do Sul ficou por conta da manutenção da elevada confiança dos empresários industriais em relação ao comportamento esperado para as economias brasileira, sul-mato-grossense e das condições de desempenho da própria empresa, que apresentaram índices de equivalentes a 66,8, 75,4 e 75,8 pontos, respectivamente.
Segundo a Sondagem Industrial feita pelo Radar da Fiems, esses indicadores estão muito acima da linha divisória dos 50 pontos, que é o valor de referência e a partir do qual há a sinalização de empresários industriais confiantes. A percepção de melhoria nas condições atuais da economia brasileira, sul-mato-grossense e da própria empresa foi apontado por 31,6%, 42,1% e 42,1% dos respondentes, respectivamente. O indicativo de confiança em relação à economia brasileira, sul-mato-grossense e nas condições da própria empresa foi apontado por 57,9%, 63,2% e 68,4% dos respondentes, respectivamente.