ECONOMIA
Número de desempregados diante da pandemia tem alta de 26% em sete semanas, diz IBGE
Ao todo, 12,4 milhões de brasileiros estavam desempregados na quarta semana de junho, 2,6 milhões a mais que o registrado na primeira semana de maio.
G1
17 de Julho de 2020 - 08:58
Depois de um leve recuo que interrompeu quatro semanas seguidas de alta, o desemprego diante da pandemia do novo coronavírus voltou a crescer. É o que aponta o levantamento divulgado nesta sexta-feira (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com o IBGE, 12.428 milhões de pessoas estavam desempregadas na quarta semana de junho, 675 mil a mais que na semana anterior. Já na comparação com a primeira semana de maio, o contingente de desempregados no país aumentou em cerca de 2,6 milhões de pessoas - uma alta de 26% no período em sete semanas.
“Em relação a primeira semana de maio, o movimento também é de queda na população ocupada, aumento da desocupada e consequentemente aumento da taxa de desocupação. A população desocupada e em busca de ocupação aumentou 26%, em relação à primeira semana de maio”, apontou a coordenadora da pesquisa, Maria Lúcia Vieira.
Ainda de acordo com o IBGE, o nível de ocupação no país ficou em 48,5%, com queda tanto na comparação com a semana anterior (49,3%) quanto à primeira semana de maio (49,4%).
Apesar de também avaliar o mercado de trabalho, a Pnad Covid19 não é comparável aos dados da Pnad Contínua, que é usada como indicador oficial do desemprego no país, devido às características metodológicas, que são distintas.
Na última divulgação, a Pnad Contínua mostrou que, entre abril e maio, cerca de 7,8 milhões de postos de trabalho foram fechados no Brasil, chegando 12,7 milhões o número de desempregados no país. Os dados de junho serão divulgados pelo IBGE no dia 27 de julho.
Informalidade estável
De acordo com o IBGE, 28,4 milhões de pessoas ocupadas trabalhavam na informalidade na quarta semana de junho, número que ficou estável na comparação com a semana anterior. Já quando comparado com a primeira semana de maio, esse contingente teve queda de 5% - eram 29,9 milhões de trabalhadores informais no começo do levantamento.
O IBGE considera como trabalhador informal aqueles empregados no setor privado sem carteira assinada, trabalhadores domésticos sem carteira, trabalhadores por conta própria sem CNPJ e empregadores sem CNPJ, além de pessoas que ajudam parentes.
Segundo o IBGE, é pela informalidade que o mercado de trabalho brasileiro tem se sustentado. Sem a criação de vagas de empregos formais, é por esta via que os brasileiros têm conseguido se manter ocupados.