Economia
Presidente da Famasul faz previsão otimista para o agronegócio no Estado
Marcelo Bertoni destaca que Estado vem avançando mesmo diante de cenários adversos mundiais e que o futuro da agropecuária é promissor
Correio do Estado
24 de Setembro de 2022 - 08:39
O presidente da Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Sistema Famasul), Marcelo Bertoni, disse que o futuro do setor é promissor, mesmo diante de uma série de desafios após a pandemia e do cenário de guerra entre Rússia e Ucrânia.
Para Bertoni, o Brasil precisa avançar na produção de fertilizantes e o conflito bélico na Eurásia – entre Rússia e Ucrânia – expôs essa fragilidade, apesar dos esforços do governo federal e substituir os fornecedores. Bertoni confirmou que Mato Grosso do Sul não corre risco de desabastecimento, porque o Canadá e países do Norte da África substituem as nações em guerra.
Marcelo Bertoni explicou que o Brasil exerce um papel hegemônico no agronegócio e não pode ficar na dependência de outros países. “Somos uma potência agrícola. Vamos aproveitar essa situação lamentável (e gerada pelo conflito) para corrigirmos esta questão”, disse Bertoni, que estima dias ainda melhores em 2023.
Motivos para este pensamento não faltam, principalmente depois que a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso do Sul (Aprosoja-MS) anunciou o que espera para a próxima safra.
No caso da soja, a perspectiva é de que a área plantada alcance mais de 3,8 milhões de hectares, crescendo 2,5%; produtividade atingindo 53,4 sacas por hectare, com elevação 38,27% e a produção vai chegar 12,3 milhões de toneladas, o que dará um crescimento de 41,72%.
Na cultura do milho, a produção vai crescer ainda mais, tendo em vista que os números do ano passado foram de 6,5 milhões de toneladas.
A previsão inicial deste ano era de 9,4 milhões de toneladas, mas o presidente da Famasul – diante de dados apresentados pela Aprosoja-MS – já sustenta que o número ultrapassará 10 milhões de toneladas.
Já a diversificação da produção agrícola se dará com mais cana-de-açúcar, amendoim, trigo, sorgo e o avanço do plantio de florestas plantadas. Na pecuária, segundo Bertoni, os números serão mais divididos, com a pecuária bovina, suína e de aves. Além disso, a piscicultura – principalmente da tilápia – também avança.
Antigos problemas, como insegurança jurídica no uso da terra, aos poucos também vão sendo superados. No Brasil, nos últimos quatro anos foram entregues 12 mil títulos de propriedade de terras em Mato Grosso do Sul, dos quais 2,6 mil aconteceram este ano, beneficiando 160 assentamentos em 51 municípios.
Quanto aos recursos, Marcelo Bertoni destacou que o Plano Safra deste ano – para todo o Brasil – foi de R$ 240 bilhões. "Seja qual for o futuro governo federal, o agronegócio brasileiro continuará forte e alimentando o mundo", disse Bertoni.