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Economia

Setor de serviços cresce 1,2% em julho frente a junho e renova recorde

Agência Brasil

11 de Setembro de 2024 - 11:00

Setor de serviços cresce 1,2% em julho frente a junho e renova recorde
Resultado está 6,8% acima do patamar pré-pandemia. Foto: Elza Fiuza/Agência Brasil

O setor de serviços, que reúne atividades como transporte, turismo e restaurantes, apresentou crescimento de 1,2% em julho na comparação com junho. O resultado faz com que o segmento – o que mais emprega na economia – atinja o ponto mais alto da série histórica, superando o marco alcançado em junho.

Em relação a julho de 2023, a expansão foi de 4,3%. No acumulado de 2024, a alta é de 1,8%, enquanto em 12 meses o resultado mostra expansão de 0,9%. Os dados foram divulgados pela Pesquisa Mensal de Serviços, divulgada nesta quarta-feira (11), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Observando a comparação entre meses seguidos, o resultado de julho foi a segunda alta seguida. Em junho, a expansão tinha sido de 1,7%. Nesses dois meses, o setor somou crescimento de 2,9%, fazendo com que se posicione 15,4% acima do nível pré-pandemia (fevereiro de 2020).

Desempenho  positivo

Na comparação entre julho e junho, três dos cinco grandes setores apresentaram resultado positivo, com destaque para o grupo de serviços profissionais, administrativos e complementares, que subiu 4,2%. Dentro desse setor, os destaques foram as atividades de agenciamento de espaços de publicidade e intermediação de negócios em geral.

“As empresas têm usado muito as plataformas digitais para fazer anúncios”, analisa o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.

Ele acrescenta que uma grande empresa do setor retificou números subestimados, o que fez a pesquisa perceber grande salto no setor.

“A partir de agora tem quantidade de receita sendo informada maior do que vinha sendo informado até então”, detalhou. O nome da empresa, que atua no serviço de agenciamento de espaços de publicidade, não foi informado.

Outro setor com resultado positivo na passagem entre julho e junho foi o de informação e comunicação, com crescimento de 2,2%.

Rodrigo Lobo explica que, em julho, mês de recesso escolar, é comum que muitas famílias tirem férias, e,  assim, as salas de cinema acabam tendo um bom desempenho nesse período.

"Os dados macroeconômicos [aumento de empregos e renda], de alguma forma, corroboram para uma conjuntura positiva, especialmente para os setores de informação e comunicação; e serviços profissionais, administrativos e complementares", observa Lobo.

Variação

O terceiro setor com crescimento em julho foi o de outros serviços, com variação de 0,2%.

O segmento de transportes - o de maior peso na pesquisa (representa 36,40%) - ficou no campo negativo, com recuo de 1,5%. De acordo com o analista do IBGE, o resultado foi impactado pelo desempenho abaixo de transportes dutoviários e rodoviários de cargas.

Para Rodrigo Lobo, o recuo no transporte dutoviário pode ser compreendido por menor produção da indústria extrativa, enquanto o desempenho do transporte rodoviário é explicado por menor produção agrícola. Ou seja, menos produção, menos necessidade de transporte.

O quinto segmento analisado – o de serviço prestado às famílias - apresentou ligeira variação negativa (-0,2%).

Difusão

Na passagem de junho para julho, 14 das 27 unidades da federação (UFs) tiveram aumento na receita real de serviços. Já no acumulado do ano, 21 das UFs apresentam crescimento.

Rodrigo Lobo explica que o crescimento de 4,3% interanual (julho 2024 contra julho 2023) é explicado também, em parte, pelo fato de o mês em 2024 ter tido dois dias úteis a mais.

Ao todo, a pesquisa do IBGE observa o comportamento de 166 tipos de serviços. Na comparação de julho de 2024 com o mesmo mês do ano passado, o índice de difusão - medição do percentual dos tipos de serviço que apresentaram crescimento - ficou em 60,8%.

Turismo

A pesquisa do IBGE traz dados também do Indicador de Atividades Turísticas (Iatur), que mostrou retração de 0,9% na passagem entre junho e julho. Rodrigo  atribui o mau desempenho ao aumento de preços de passagens aéreas (19,39%) e de aluguel de veículos: alta média de 6,93%.

O segmento de turismo se posiciona 6,8% acima do patamar pré-pandemia e 1% abaixo do ponto mais alto da série, alcançado em fevereiro de 2014.

Essa divulgação do Indicador de Atividades Turísticas é a primeira desde que o IBGE aumentou o número de locais pesquisados, passando de 12 para 17. Foram incluídos Amazonas, Pará, Rio Grande do Norte, Alagoas e Mato Grosso, que se somam a Ceará, Bahia, Pernambuco, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Goiás e o Distrito Federal.