Economia
Vendas de bicicletas elétricas batem recorde em 2021
Mesmo ainda sem os números de novembro e dezembro, resultado do setor já superou 2020.
G1
09 de Dezembro de 2021 - 07:29
As bicicletas elétricas bateram seu venda recorde no Brasil em 2021 antes mesmo do final do ano. Dados obtidos pelo g1 com a Aliança Bike, associação brasileira de empresas do setor de bicicletas, mostram que 35.722 unidades do veículo foram comercializadas de janeiro a outubro.
Esse número já é maior que o do ano inteiro de 2020, quando 32.110 bikes elétricas foram vendidas — auge histórico até então. Faltando ainda contabilizar os meses de novembro e dezembro, a entidade prevê que o ano termine com 43 mil unidades comercializadas, o que vai representar um aumento de 34% em relação a 2020.
Bikes elétrica estão em alta no Brasil e tiveram marca histórica em 2021, ainda sem contabilizar os meses de novembro e dezembro — Foto: Elcio Horiuchi/Rafael Miotto/g1
Para a Aliança, muito do crescimento do setor ocorre de forma orgânica. "A bicicleta elétrica vem vencendo a desinformação, e mais empresas estão ofertando modelos", explica Daniel Guth, diretor executivo da Aliança Bike. A maioria é importada, mas a produção nacional também cresce (leia mais abaixo).
Bicicletas elétricas ainda representam apenas 1% de todo o segmento de bikes no Brasil — Foto: Divulgação / Vela Bikes
Apesar de estar em alta, ainda há muito espaço para crescimento das bicicletas elétricas, segundo os empresários do setor. "Percentualmente, ainda é muito pequeno, cerca de 1% do total [de bicicletas]. Estamos muito aquém do potencial", afirma Guth.
Produção nacional aumenta
Além do aumento das vendas, a montagem local desses veículos tem crescido em relação às importações. A produção nacional correspondia a 45,5% no total de vendas em 2016, e subiu para 60% em 2021.
Produção nacional de bicicletas elétrica tem aumentado em relação às importações — Foto: Elcio Horiuchi/Rafael Miotto/g1
Um dos motivos para essa mudança foi o investimento de marcas consolidadas no mercado de bicicletas e a redução da tributação de diversos componentes, segundo a Aliança Bike.
"Para se ter uma ideia, ao importar uma bike elétrica inteira paga-se 18% de imposto de importação", disse Guth. "Importando os componentes, a alíquota é menor: para alguns é de 14,4%; e (para) câmbios e cassetes, que não têm fabricação no Brasil, a alíquota é de 0%. Para quem tem volume, montar aqui no Brasil vai se tornando cada dia mais vantajoso."
Os modelos montados no Brasil podem ter um alto grau de nacionalização, com materiais produzidos no país, ou serem feitos a partir de peças importadas. É um processo semelhante ao que acontece com a indústria de motocicletas.
Alternativa para mobilidade urbana
Em busca de fugir do trânsito ou do transporte público cheio, muita gente tem buscado as bicicletas elétricas como uma opção para se deslocar no dia-dia. Dados da Aliança Bike mostram que 56% dos ciclistas de bikes elétricas usavam carro antes de aderirem ao veículo.
O g1 mostrou em outubro passado como é a rotina de quem usa, dos pontos positivos aos negativos. Relembre as histórias na reportagem.