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Educação

Reitores de instituições públicas de ensino pedem suspensão do Enem 2020

Andifes afirma que situação gerada pela pandemia não garante igualdade na concorrência entre os candidatos que vão realizar o Enem.

G1

14 de Maio de 2020 - 16:23

A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) divulgou nesta quinta-feira (14) uma nota pedindo que haja suspensão das datas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Os reitores consideram que não há condições sanitárias que garantam uma realização segura do Exame.

A nota afirma que o Enem é um instrumento importante para o direito à educação no país e que, por isso, para se ter uma execução adequada, deve apresentar "situações sanitárias viáveis e também meios que garantam condições razoáveis de isonomia de concorrência aos candidato".

Várias críticas sobre a realização do Enem passam pela questão de que alunos das escola públicas estarão com menos condições de concorrerem ao exame do que alunos de escolas particulares, por terem menos estrutura para uma aprendizagem a distância. A Andifes, também, pontua esta questão.

"A Andifes reafirmando ser fundamental a realização de um ENEM tecnicamente exitoso e com concorrência democrática, propõe a suspensão das datas do exame e que, com apoio da área da saúde, seja aberto um diálogo entre educadores, gestores e instituições, de modo que, em condições razoáveis de segurança sanitária e equidade, seja possível definir um novo calendário" - diz a nota.

Pedidos de suspensão do edital

O presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta quarta-feira (13), que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) pode ser adiado “um pouco”, mas que precisa ser realizado ainda em 2020.

O presidente do Inep, Alexandre Lopes, afirmou ao G1 que as datas estão mantidas, "por enquanto", mesmo diante de pedidos para o adiamento das provas, por causa da pandemia do novo coronavírus.

Desde que o edital do Enem foi divulgado, uma série de pedidos de adiamento vieram de diferentes instituições. As universidades públicas e colégios federais do Rio de Janeiro redigiram um documento assinado por dirigentes de 11 instituições que repudia “qualquer tentativa de difundir uma sensação de normalidade falseada".

Elas defendem que, se o cronograma do Enem for mantido, haverá uma ampliação das desigualdades de acesso ao ensino superior.

A União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) pediram suspensão do edital e afirmaram que o Ministério da Educação e o Inep não demonstram "sensibilidade para o momento".

O Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) também fez um pedido argumentando que a pandemia e as condições de ensino vão agravar as desigualdades do país. Em nota, o Conselho afirma que os estudantes das escolas públicas serão os mais afetados pelo não adiamento do exame.

"Para o Consed, a manutenção do calendário publicado, especialmente das datas de realização das provas, deverá ampliar as desigualdades entre os estudantes do Ensino Médio em todo o país no acesso às instituições de Ensino Superior. Mesmo considerando as soluções e ferramentas que estão sendo implantadas nas redes privadas e públicas para minimizar as perdas do período de suspensão das aulas presenciais, elas não chegarão para todos os estudantes brasileiros, especialmente os mais carentes" - diz a nota.