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Emprego e Renda

Sindicato vai propor licença para grupo de risco e redução de 40% dos trabalhadores

A direção da unidade de Sidrolândia da JBS e representantes dos avicultores se reúnem nesta segunda-feira.

Flávio Paes/Região News

23 de Março de 2020 - 07:47

A direção da unidade de Sidrolândia da JBS e representantes dos avicultores se reúnem nesta segunda-feira para discutir uma reivindicação do Sindicato dos Trabalhadores que chegou a cogitar recorrer à Justiça para pedir a suspensão dos abates, com férias coletivas para os funcionários, diante do temor criado com a pandemia do novo coronavírus. Em Santa Catarina, um juiz de 1ª instância concedeu liminar determinando a paralisação do frigorífico, mas a decisão foi cassada pelo TRT.

Com o decreto 10.282 editado na última sexta-feira pelo presidente Jair Bolsonaro, que considera a produção de alimentos uma atividade essencial, com o mesmo status por exemplo da saúde e da segurança pública, o Sindaves assumiu uma pauta menos radical, que garante a continuidade do abate. Os sindicalistas vão apresentar uma pauta de reivindicações de curto e médio prazo. De imediato eles vão pedir o afastamento remunerado dos trabalhadores com mais de 60 anos, gestantes e diabéticos. Querem também reduzir em 40% o número de trabalhadores que usam o transporte coletivo para fazer o trajeto de casa para o trabalho e vice-versa.

Propõem que os ônibus estejam na plataforma de embarque antes do horário de saída dos trabalhadores (que superlotam os veículos que chegam primeiro) e o fornecimento de máscara de proteção para todos os funcionários. A reivindicação mais polêmica é a proposta de reduzir em 30% o alojamento de pintinhos, que resultaria na redução do volume de abates dentro de 45 dias, quando este lote terá atingido 2,8 kg, ponto de abate. Ou seja, neste cenário, o abate diário cairia de 185 para 126 mil frangos.

A proposta não é aceita pelos avicultores, porque sua aplicação traria um impacto sobre toda a cadeia produtiva do frango. Alojar menos pintinhos, significa produzir menos ovos, menos ração, medidas com impacto direto sobre os empregos gerados em cada etapa deste ciclo. Neste processo seria preciso destruir ovos e sacrificar pintinhos. A consequência será o desemprego e a perda da confiança do produtor de continuar investindo no negócio.

Atualmente, ás 9 matrizeiras produzem em média 185 mil ovos diariamente, metade da demanda da unidade de Sidrolândia que traz ovos de Dourados e do Paraná para atingir os 282 mil ovos necessários para garantir a produção pintinhos levados para engorda nos 400 aviários existentes no município. O presidente da Associação dos Avicultores, Adroaldo Hoffman, diz que é necessário manter a produção, afinal “é necessário produzir comida, do contrário, “todos vamos morrer de fome”.