Esporte
Bola do pênalti defendido por Victor vira talismã para o supersticioso Cuca
"Ela está conosco. Representa muito. Vamos com ela até o fim", diz técnico, que também se agarra à religião para conquistar seu primeiro grande título
Globo Esporte.com
10 de Julho de 2013 - 15:24
Conhecido pela fama de ser cheio de manias, Cuca, em várias oportunidades, já garantiu que isso ficou para trás. Mas o hábito persiste. O técnico tem recorrido a algumas formas de motivação para a disputa desta quarta-feira, às 21h50m (de Brasília), diante do Newells Old Boys, no Independência.
No último domingo, contra o Criciúma, pelo Campeonato Brasileiro, o treinador vestiu uma camisa com a frase Yes, we C.A.M., um trocadilho das iniciais do clube com o slogan da campanha de Barack Obama para a presidência dos Estados Unidos:
Sim, nós podemos. Supersticioso, Cuca também adotou um novo talismã. Após a dramática partida contra o Tijuana, do México, no Independência, o técnico guardou a bola do pênalti defendido por Victor, aos 48 minutos do segundo tempo.
Naquela oportunidade, caso Riascos convertesse a cobrança, os mexicanos ficariam com a vaga nas semifinais. Porém, com o pé esquerdo, Victor salvou o Galo e levou ao delírio os cerca de 20 mil torcedores que marcaram presença no Horto.
A histórica bola foi assinada por todos os jogadores e, desde então, acompanha a delegação em todos os jogos. Tornou-se um símbolo da superação atleticana, e Cuca se apoia nela para dar força aos jogadores, principalmente quando a situação está complicada, como contra o Newells Old Boys. O Galo, para chegar à decisão, precisa de uma vitória por três gols de diferença - ou de um placar de 2 a 0 para levar a disputa para os pênaltis.
- Ela está conosco. Representa muito. Foi assinada por todo mundo. Vamos juntos com ela até o fim.
A bola tem sido guardada a sete chaves. A assessoria de comunicação do Atlético-MG não quis mostrá-la e disse que trata-se de um objeto interno, que não tem que ser mostrado nem divulgado.
Religião também acompanha o técnico
Além das manias, Cuca é religioso. À beira do gramado, em frente ao banco de reservas, usa, com orgulho, a camisa com a imagem de Nossa Senhora e tem, pendurada no pescoço, a medalhinha de uma santa que beija o tempo inteiro, durante as partidas.
No quarto onde dorme, no hotel da Cidade do Galo, Cuca mantém um pequeno altar, com imagens de santos e a Bíblia, que sempre lê.
- Nosso melhor amigo é Jesus. Sempre que temos algum problema, recorremos a ele, afirmou Cuca.
Perto de um jogo decisivo como nesta quarta, o treinador se agarra ainda mais às suas crenças. A apreensão se justifica. Cuca costuma se irritar com perguntas neste sentido, mas ainda busca um título de expressão para o seu currículo. Embora quase sempre faça boas campanhas e tenha seus times elogiados pela maneira de atuar e pelo estilo ofensivo de jogo, o técnico tem apenas títulos estaduais. Ganhou o Campeonato Carioca de 2009, pelo Flamengo, e os Mineiros de 2011, pelo Cruzeiro, e de 2012 e 2013, pelo Atlético-MG.
Cuca já bateu na trave algumas vezes, como em 2009, quando chegou ao vice-campeonato da Copa Sul-Americana, no comando do Fluminense. No futebol mineiro, foi vice-campeão brasileiro, pelo Cruzeiro, em 2010, e pelo Atlético-MG, em 2012.