Esporte
Brasil empata com Inglaterra, e Felipão segue sem vitórias contra campeões mundiais
Com o resultado, a Seleção canarinho completou quatro anos sem vencer um campeão mundial, como é o caso da Inglaterra (1966).
Gazeta Esportiva
03 de Junho de 2013 - 07:45
Na reabertura oficial do Maracanã, a Seleção Brasileira fez um primeiro tempo excepcional e perdeu a chance de abrir boa vantagem sobre a Inglaterra. A equipe verde-amarela fez 1 a 0 no início da etapa final, cochilou, permitiu a virada e teve de buscar o empate por 2 a 2, alcançado em golaço de voleio de Paulinho.
Com o resultado, a Seleção canarinho completou quatro anos sem vencer um campeão mundial, como é o caso da Inglaterra (1966).
Com Neymar e Oscar muito bem, o time de Luiz Felipe Scolari foi bastante superior nos 45 minutos iniciais, mas só abriu o placar após o intervalo, com Fred. Aí foi cedido terreno aos visitantes, que conseguiram a virada em dois chutes precisos de fora da área, de Chamberlain e Rooney. Paulinho impediu um resultado muito injusto no Rio.
Assim, mesmo com uma atuação convincente, a Seleção de Felipão não conquistou o placar correspondente e seguiu sem vencer nenhum adversário forte -- o único triunfo desde o retorno do gaúcho foi sobre a Bolívia. O treinador fez vários testes e pareceu não ter gostado do momento em que teve dois volantes mais ofensivos.
Com Paulinho e Hernanes lado a lado, o Brasil abriu o placar em lance que começou em chute de Hernanes no travessão. No entanto, sem a proteção de que gosta o técnico à frente da defesa, veio o empate. E nem a entrada de Fernando impediu a virada em mais uma finalização da região geralmente protegida pelo cabeça de área.
De bom mesmo, ficou a impressão deixada no primeiro tempo. Neymar caiu demais após o intervalo, um dos motivos que explicam a queda. A saída do desgastado Oscar também contribuiu para o resultado final em um bom teste de preparação para a Copa das Confederações.
O jogo
Felipão apresentou algumas novidades em relação ao time exibido no treinamento aberto da semana. Entraram Filipe Luís, Luiz Gustavo e Hulk, e, diferentemente do que poderia se imaginar, Hulk não atuou aberto pelo lado direito para cortar e bater. Ficou pela esquerda, com Oscar na direita e Neymar livre para carregar a bola pelo meio.
Apesar da marcação da torcida a Hulk, o Brasil foi muito bem no primeiro tempo. Com Neymar buscando o jogo e Oscar fazendo um trabalho excelente, as ocasiões de gol começaram a se multiplicar, oportunidade para o bom goleiro inglês Hart exibir o seu talento.
A formação brasileira sabia superar a marcação da Inglaterra, que se armou em um 4-1-4-1. Entre uma e outra linha de defesa dos visitantes, a Seleção buscava o espaço com inteligência e só não acertava a finalização -- ou parava no camisa 1, sempre bem posicionado.
Neymar aproveitou falha de Johnson, mas parou no goleiro. Depois, de fora, bateu com perigo. Fred só não marcou após linda jogada de Oscar porque Johnson tirou o doce de sua boca na linha do gol. Houve ainda oportunidades com Hulk e um bom chute de Oscar, com apenas um susto do outro lado. Após vacilo da zaga, Júlio César trabalhou bem para defender arremate de Walcott.
No intervalo, Felipão disse que era hora de arriscar um pouco. Entraram Marcelo e Hernanes nos lugares de Filipe Luís e Luiz Gustavo. Aos dez minutos do segundo tempo, Lucas substituiu o desgastado Oscar - para vaias do público, que queria a saída de Hulk.
O resultado das mexidas começou a ser visto aos 11, quando Hernanes avançou e bateu com categoria de fora da área, acertando o travessão. O instinto de Fred foi exibido no rebote. Estava no lugar certo o centroavante para inaugurar o placar do novo estádio do Maracanã.
Um pouco pelo gol, um pouco pelas alterações, a Inglaterra passou a ficar mais com a bola e rondar a área brasileira. Rooney assustou em chute desviado da entrada da área e, no escanteio subsequente, subiu sozinho para perder o gol. Aos 21, ele recebeu na meia-lua e fez o pivô para Oxlade-Chamberlain acertar um chute praticamente indefensável, no canto direito de Júlio César.
Assim que levou o gol, nascido de uma jogada na entrada da área, Felipão desistiu de atuar com dois volantes de saída, acionando o marcador Fernando. Mesmo com a substituição defensiva, boa parte do novo estádio vibrou com a saída do perseguido Hulk.
Mas o problema não foi resolvido. Rooney carregou com liberdade da esquerda para o meio, aos 33, com David Luiz correndo para trás. O chute já tinha um bom endereço e se tornou inalcançável ao ser desviado em Fernando. A bola entrou no ângulo esquerdo do goleiro brasileiro.
A partir daí, o que se viu foi o Brasil no campo de ataque. O empate não demorou e chegou aos 36, quando Paulinho recebeu cruzamento da direita e armou um voleio que certamente valorizou seu passe. A equipe ainda buscou a virada, mas acabou parcialmente satisfeita por ter impedido um resultado extremamente injusto.