Esporte
Brasil vence França e encerra traumas antes da Copa das Confederações
O segundo jejum que chega ao fim é diante dos franceses, vilões da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1998 e também em 2006.
Terra
10 de Junho de 2013 - 08:27
Dois jejuns de uma vez. A Seleção Brasileira matou contas pendentes ao vencer a França por 3 a 0, neste domingo, na Arena Grêmio. A seis dias da Copa das Confederações, o Brasil teve um primeiro tempo ruim, mas fez valer o apoio dos gaúchos, levou a melhor com gols de Oscar, Hernanes e Lucas e poderá chegar mais otimista à Copa das Confederações, no próximo sábado, diante do Japão.
O trauma mais significativo a ter se encerrado foi contra as campeãs mundiais. Exceto duelos "caseiros" contra a Argentina no Superclássico das Américas, o Brasil ainda não havia superado um rival deste calibre no ciclo que se iniciou depois da Copa do Mundo 2010. Nesse período, somaram-se resultados ruins contra Itália, Alemanha, Inglaterra, a própria França e a ainda diante dos argentinos em duelos de força máxima.
O segundo jejum que chega ao fim é diante dos franceses, vilões da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1998 e também em 2006. O time de Didier Deschamps teve desfalques importantes na Arena do Grêmio, como Ribéry, Varane e Evra, e assim permitiu ao Brasil a vitória depois de 21 anos. O último triunfo havia sido em 1992, ainda sob o comando do hoje coordenador técnico Carlos Alberto Parreira.
A evolução aguardada para a Seleção Brasileira não apareceu na primeira parte do jogo na Arena do Grêmio. Contra uma França que defendia com nove jogadores atrás da linha da bola, o Brasil teve dificuldades. Talvez porque não iniciou a partida como treinou na última semana e jogou contra a Inglaterra: Neymar, que vinha pela faixa central, foi para a ponta esquerda, enquanto Hulk foi para a direita. Oscar, que por lá vinha todo o tempo, foi jogar por dentro. E os franceses travaram o jogo.
A bola, durante boa parte do primeiro tempo, rodava e rodava até ir aos pés de Thiago Silva e David Luiz. Deles, eram esticadas para os homens de frente. Foi assim que a Seleção tentou criar algum perigo - em vão - ao gol defendido por Lloris. Aos 30 minutos, já eram bolas esticadas da defesa ao ataque. Chance clara de gol, nesse período, nenhuma.
A França tentava trocar passes curtos e avançar de forma agrupada ao ataque, mas ameaçou de verdade na bola aérea. Com 15min, Guilavogui subiu com espaço em escanteio cobrado por Valbuena, finalizou de cabeça e por pouco não exigiu trabalho de Júlio César. Os brasileiros dependeram de um esticão de Thiago Silva para Neymar, que foi agarrado por Debuchy perto da área. Na cobrança, chutou fraco, na barreira.
À essa altura, a torcida da casa era um misto de apoio e irritação, em especial na geral repleta de gremistas. Eles gritaram por Fernando e até Elano antes de uma cobrança de falta. Mas incendiaram em vários momentos, principalmente quando Hulk veio jogar perto de Marcelo. Na melhor chance brasileira, ele foi ao fundo e cruzou rasteiro para Neymar, que não alcançou.
Com mais movimentação e belo passe de Fred, Oscar tira Brasil do sufoco
A bola voltou a rolar e a Seleção parecia mais solta e com bem mais movimentação na frente. O placar foi aberto já aos 9min exatamente dessa forma. Estático durante o primeiro tempo, Fred se lançou à esquerda e abriu caminho para Oscar com uma assistência precisa. Ex-jogador do Internacional, o camisa 11 venceu Lloris sem muitos sobressaltos e colocou fogo na Arena do Grêmio.
Depois de o próprio Oscar quase dobrar a vantagem em bom lance seguinte de Hulk, veio um tremendo susto. Pela esquerda, Valbuena venceu Daniel Alves e fez bom cruzamento. David Luiz, que vinha na disputa, desviou e por pouco, graças à ótima defesa de Júlio César, não marcou contra. Já no minuto seguinte, a França de novo levou perigo em escanteio. Agora com Mathieu, que colocou rente à trave.
O relógio já apontava 20 minutos e o Brasil, depois de um bom reinício de jogo, começava a perder terreno no jogo. Felipão, também por preocupações físicas, atendeu à torcida: colocou o gremista Fernando e também Lucas, que eram pedidos pelas arquibancadas. Sacou Hulk e ainda preservou Oscar, que não atua com as condições ideais. Pouco depois, também deu a primeira chance a Jô.
Mesmo com tantas trocas de lado a lado, o Brasil manteve o controle da partida, já com um novo sistema de jogo nos minutos finais. Com três volantes, teve espaço para os contragolpes e construiu um placar elástico. Hernanes, aos 40min, recebeu de Neymar em lance de velocidade criado por Lucas e colocou para dentro. Já nos acréscimos, o terceiro: Marcelo foi derrubado e Lucas, gritado pela torcida, cobrou penalidade com grande categoria e deu brilho à vitória brasileira.