Esporte
Contra o Panamá, Felipão quer seriedade absoluta na seleção
Treinador brasileiro diz que "é jogo de Copa" e não quer ninguém evitando jogadas bruscas com pena de até perder a titularidade
Estadão
03 de Junho de 2014 - 10:08
É jogo sério, com direito a garantir uma vaga no time da estreia na Copa do Mundo. Esse é o recado do técnico Luiz Felipe Scolari aos jogadores da seleção brasileira para o amistoso contra o Panamá, nesta terça-feira, às 16h, no estádio Serra Dourada, em Goiânia. Quem tirar o pé, como medo de se machucar, ou não cumprir as metas traçadas pelo comandante pode perder o registro de titular do Brasil.
Felipão exige seriedade total. Nem mesmo o ambiente de festa, com apoio irrestrito dos goianienses até aqui, pode contagiar os jogadores. Mais do que se concentrar no amistoso, o treinador exige do grupo o espírito de equipe que a seleção mostrou na Copa das Confederações no ano passado.
Não gostei do que vi no domingo (falhas no setor defensivo), chiei na hora. Não podemos perder aquilo que tínhamos de identidade. Não podemos perder essa identidade construída na Copa das Confederações e nos amistosos. Aquela pegada, determinação. Não podemos esquecer, disse Felipão, sério.
A falta de memória a que se refere o treinador passa pela dedicação de todos e a gana de vencer demonstradas no ano passado, quando a seleção resgatou parte do prestígio perdido após a Copa do Mundo de 2010 e nos dois anos de Mano Menezes.
Felipão avisa que daqui para frente, a partir do amistoso contra o Panamá, a rotina de trabalho da seleção vai entrar na segunda fase na Granja Comary, em Teresópolis, quando será proibido se dispersar.
A semana em Teresópolis foi muito boa até domingo. Recebemos familiares, namoradas, filhos, amigos, patrocinadores, os treinamentos foram bons, como havíamos programado. Agora vai ser diferente. Disse aos meus jogadores que estamos a uma semana da Copa. Não podemos mais perder a concentração.
Mais que restituir a força mental do grupo, Felipão também se deu a missão de dar consistência ao time no aspecto tático. Sem Paulinho para o amistoso de hoje, o treinador havia optado por Hernanes. Mas, no primeiro ensaio com o jogador da Inter de Milão, viu seu castelo de cartas desmoronar. Hernanes, na visão do treinador, deixou frágil o sistema defensivo - em especial, no setor direito.
A vez de Ramires. Sentiu que, para suprir a ausência de Paulinho, no ir ao ataque e voltar para recompor a defesa, Ramires seria a melhor alternativa. Felipão vê em Ramires um jogador com muita mobilidade para ocupar o setor direito em socorro a Daniel Alves e estabelecer a hierarquia do meio campo com Luis Gustavo, Oscar e Hulk.
Vou sim com o Ramires porque vejo que ele é muito bom como o quarto homem do lado direito, anuncia o treinador
Felipão vai com Ramires diante do Panamá, mas antecipa a volta de Paulinho para o amistoso contra a Sérvia, sexta-feira, no Morumbi, em São Paulo, caso esteja recuperado da pancada que levou no tornozelo.
Outra decisão do treinador é usar as seis substituições a que tem direito hoje. Ele já definiu quatro alterações, seja qual for a situação da partida no momento das trocas - Willian, Hernanes, Maicon e Henrique podem esfregar as mãos -, e duas para atender às exigências do jogo.
Seja qual for a sua opção, quem entrar vai ter de encarar o amistoso como um jogo de três pontos. Felipão tem certeza de que o Panamá vai exigir muito esforço da seleção. Alerta para o fato de os panamenhos terem ficado fora da Copa por um descuido no último jogo das Eliminatórias. Espera chumbo grosso. Até por isso quer a seleção jogando como se já estivesse em plena Copa do Mundo.