Esporte
Fisiculturismo de MS tem pouco apoio, mas bons resultados em campeonatos
No fim de semana passado, dois atletas participaram do 33º NABBA World Championship, campeonato mundial de fisiculturismo que foi disputado em Natal (RN).
Campo Grande News
23 de Junho de 2016 - 16:45
O fisiculturismo tem como objetivo o desenvolvimento dos músculos corporais a partir da hipertrofia, e mesmo com as dificuldades, vem crescendo no Estado com bons resultados dos atletas de MS em competições.
No fim de semana passado, dois atletas participaram do 33º NABBA World Championship, campeonato mundial de fisiculturismo que foi disputado em Natal (RN). O campo-grandense Jefferson Aguiar ficou em primeiro lugar na categoria Class 1, e Edna Osiro, de Sidrolândia, foi a 3ª colocada na Figure Master.
Eles não são os únicos que representam o Estado em competições. Outro atleta é Alex Brandão, 31, campeão brasileiro e estadual. "Sempre gostei de treinar, e tinha como meta fazer um treino com objetivo. Alguns amigos disseram que eu deveria tentar competir, que tinha um corpo legal, então tomei coragem para entrar em uma competição", contou Alex.
A primeira competição do fisiculturista foi o Open Fronteiras, onde ficou em 2º lugar na categoria que disputa, a Mens Fitness, de até 72 kg. Alex agora se prepara para o Campeonato Sul-Americano, que será disputado nos dias 10 e 11 de setembro em Curitiba. "Minha preparação consiste, geralmente, em sete refeições ao dia, a primeira iniciando às cinco da manhã e sempre comendo a cada três horas. Treino todos os dias de segunda a segunda sem folga, incluindo domingos e feriados", explicou.
Alex está classificado para participar do campeonato mundial, que acontece em setembro na Irlanda, mas ainda não sabe se poderá participar por falta de apoio financeiro. "Se eu conseguir patrocínio para essa viagem, que terá um valor provavelmente alto por ser fora do país, eu vou sim".
Para o fisiculturista, falta apoio ao esporte, que não é valorizado no Estado ainda. "O esporte aqui, infelizmente, ainda não é valorizado. O pessoal acha que patrocinar o esporte não geraria lucro e mídia para eles, o que na verdade é errado. O esporte aqui no Estado é um dos que mais crescem, devido a procura das pessoas interessadas em fazer academia e ter um corpo legal, tanto na estética quanto pela saúde. A maioria das pessoas conhecem alguém que faz parte do fisiculturismo".
Segundo Alex, a preparação para competir dentro do Estado chega a custar R$ 10 mil. "Tenho como patrocínio uma loja de suplemento e a academia que não cobra para eu treinar. O restante, como alimentação, manipulados e os outros recursos, são todos por minha conta. E nos campeonatos não recebemos premiação em dinheiro", explicou, relacionando o alto custo ao bom desempenho dos esportistas na área. "Os custos estão subindo porque os atletas estão melhores, se preparando mais. E o gasto para um bom preparo é alto. Você não vai entrar em uma competição se não for para ficar no mínimo entre os três melhores", completou.
Mesmo com as dificuldades, o fisiculturista acredita que o cenário esteja mudando no Estado, e que a falta de apoio não acontece apenas em Mato Grosso do Sul. "As coisas estão mudando, mesmo que seja pouco comparado ao futebol e a outros esportes que possuem mais evidência. A verdade é que o fisiculturismo é desvalorizado aqui no Brasil e valorizado lá fora. A gente brinca que estamos no esporte certo, mas no país errado", finalizou com humor.