Esporte
Grêmio vê resgate de estilo histórico e já admite ser "forte candidato" ao título
Grupo de jogadores e direção usam empate conquistado nos acréscimos em Rosário como sinal de recuperação da garra e da alma pouco vistas na Libertadores de 2013
Globo esporte.com
20 de Março de 2014 - 09:25
Existem momentos em que o passado e o futuro se confundem. O exemplo vivo pode ser demonstrado pela fase atual do Grêmio. O gol nos acréscimos que levou ao empate em 1 a 1 diante do Newell's Old Boys, na noite de quarta-feira, em Rosário, faz o clube gaúcho acreditar em uma "reconciliação" com a própria história, forjada por equipes aguerridas, de técnica, sim, mas capaz de transbordar, antes de tudo, luta e suor. O que, na avaliação da cúpula, faltara na edição passada da Libertadores, em que caíra na precocemente nas oitavas.
Há muito não se via um presidente Fábio Koff tão otimista. Ao 82 anos, mostrou energia de sobra para dar um fervoroso abraço em Enderson Moreira, após a coletiva do treinador em espaço destinado à imprensa no estádio Marcelo Bielsa, o El Coloso del Parque. A ponto de colocar a equipe num patamar superior à de 2013 e apostar em título, caso se confirme a vaga às oitavas, o que já pode ocorrer antecipadamente na próxima rodada.
- Um resultado como esse, da forma como foi obtido, tende a gerar maior confiança. Foi um empate contra um adversário forte, com uma torcida que empurra o tempo inteiro. Fatos como hoje criam um ambiente mais positivo - comentou o dirigente. - Sinto o time bem mais forte (em relação a 2013). O grupo entendeu nossa forma de pensar futebol, existe uma união e companheirismo muito grande. Penso que, se o Grêmio se classificar para as oitavas, será forte candidato.
Campeão da Libertadores em 1983 e em 1995 quando também era presidente, Koff é inspiração para diferentes gerações de gremistas. Com um sorriso permanente no rosto, deixou o recinto acompanhado da esposa Ivone, seguido de perto pelo diretor executivo Rui Costa, que já se assumiu como um aprendiz do presidente.
Marcelo Grohe é outro exemplo, gremista desde criança - começou na base tricolor aos 13 anos. Desde então, acompanhava resultados sofridos e vitoriosos, assim como fora contra o Newell's. Após o confronto, traçou um paralelo de fatos históricos com a equipe atual.
O Grêmio tem buscado se reencontrar dentro da sua própria história, que é essa forma aguerrida de atuar Marcos Chitolina, assessor de futebol
- Me lembro desde pequeno quando eu acompanhava os jogos do Grêmio. Eram vitórias sofridas, com gols no final, assim como foi hoje (com gol de Rhodolfo nos descontos) - conta o camisa 1, de atuação destacada e dono de ao menos três grandes defesas.
- O Grêmio tem buscado se reencontrar dentro da própria história, que é essa forma aguerrida de atuar - resume com propriedade um entusiasmado o assessor de futebol Marcos Chitolina.
Os números também são alentadores. Essa é a 15ª participação tricolor na Libertadores. Tomando como parâmetro apenas campanhas na primeira fase de grupos, essa já supera o desempenho de 1995 em quatro rodadas. No ano do último título, foram duas vitórias, um empate e uma derrota. Com o 1 a 1 em Rosário, o Grêmio vai a oito pontos e deixa o Newell's em terceiro com cinco. O Nacional-COL, o próximo rival, tem sete. O lanterna é o Nacional-URU, com um.
O time de Enderson Moreira poderá garantir a vaga por antecipação até com um empate na partida do dia 2 de abril, em Medellín, desde que os uruguaios derrotem em casa os argentinos na próxima quarta-feira. O próximo jogo dos tricolores será pelo Campeonato Gaúcho: recebem o Juventude às 16h de domingo, em confronto único pelas quartas de final.