GE
24 de Setembro de 2020 - 13:55
A possibilidade de Lewis Hamilton ser investigado por protestar contra a morte da socorrista afroamericana Breonna Taylor no GP da Toscana gerou comoção nas redes sociais a favor do piloto, que reconheceu a movimentação dos fãs, assim como as chances de que a Federação Internacional do Automobilismo (FIA) introduza regras que coibam atos como o do britânico.
No entanto, o hexacampeão da Mercedes garantiu não ter se arrependido da ação, que faz parte dos esforços desempenhados por ele ao longo do campeonato da Fórmula 1 para promover conscientização sobre o racismo.
- Não me arrependo de nenhum momento. Eu coloco meu coração no que acredito ser certo. As pessoas falam sobre esporte não ser um lugar para política, mas essa é uma questão de direitos humanos. Falar sobre direção segura no trânsito também pode ser um exemplo de direitos humanos. Ouvi que amanhã eles vão vir com algum tipo de regra, mas muitas regras já foram feitas pra mim nos últimos anos e isso não me parou - disse o piloto da Mercedes nesta quinta-feira.
Nesta semana, Hamilton foi eleito pela revista "Time" como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo em 2020. A biografia do britânico foi feita pelo piloto afroamericano Bubba Wallace, da Nascar, que descreveu o hexacampeão como um exemplo nas pistas e fora delas no combate ao preconceito.
O piloto da Mercedes é o único negro a correr na Fórmula 1 e também o primeiro a competir, oficialmente, na categoria. Dono de seis títulos e líder do campeonato, o britânico lançou neste mês uma força-tarefa que vai investigar as principais barreiras no acesso de pessoas negras ao automobilismo, e reforçou sua crença no papel do esporte na conscientização social:
- Temos um grande e incrível coletivo de pessoas assistindo nosso esporte com múltiplas origens e culturas, e nós devemos levar mensagens positivas para eles. As pessoas sempre estiveram satisfeitas com o jeito que a vida e a sociedade operaram, mas o mundo e as novas gerações estão mais conscientes de que as coisas não são justas. Isso demanda conversas, e coisas como as que aconteceram em Mugello levantam debates que talvez nunca ocorressem. O que foi realmente positivo foi o apoio que recebi dos fãs. Eles têm sido incríveis.