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Esporte

Jardine vê ansiedade de titulares e diz que força dos reservas foi "ponto alto" de primeiro teste

Técnico da seleção brasileira sub-23 cita escolhas precipitadas no primeiro tempo, quando Brasil abriu placar de falta.

Globo Esporte

12 de Janeiro de 2020 - 19:10

No início dos preparativos em Teresópolis, André Jardine disse que teria problema para escalar os 11 titulares. O rascunho da equipe que enfrenta o Peru no dia 19 está montado. Foram os 11 que fizeram o primeiro tempo contra o Boavista e tiveram dificuldades para ir para o intervalo vencendo por 1 a 0 - gol de falta de Matheus Henrique.

Para a seleção sub-23 vencer o Boavista por 4 a 0 (Bruno Tabata, Reinier e Igor marcaram os outro gols), na manhã deste domingo, em Teresópolis, Jardine contou com a boa atuação dos reservas. Eles mostraram entendimento no ataque, com ultrapassagens e mais infiltrações, variações de jogadas. O que deixou o treinador satisfeito. E também animado. Jardine evita cravar titulares, embora esteja claro suas preferências nestes primeiros 10 dias de preparação na Granja Comary.

Mas é natural que a entrada de Igor Gomes, Reinier e as boas participações de Bruno Tabata e Pepê pelas pontas coloquem pontos de interrogação na cabeça do treinador da seleção sub-23.

- A gente vai avaliando jogo a jogo (os 11). É ótimo que todos tenham desempenhado bem. É muito bom que o segundo tempo tenha sido do nível que foi porque a gente precisa de muitas alternativas. A competição é longa, dura, com jogos muito próximos um ao outro. A gente vai precisar do elenco, vai precisar de características diferentes, jogadores que mudem o jogo ou até que entrem de início de um jogo para o outro e mudem a característica de nossa equipe para tornar nosso time um pouco mais imprevisível. E isso talvez tenha sido um ponto mais alto do jogo de hoje para mim - disse o treinador.

A seleção brasileira sub-23 venceu o Boavista por 4 a 0 na Granja, no primeiro teste antes do pré-olímpico. O segundo teste será terça contra a Portuguesa, às 16h, também tem Teresópolis

Jardine avaliou também que a primeira etapa era mais complicada por pegar adversário melhor preparado depois de um mês de treinamentos. Viu peso do primeiro jogo com campo aberto depois de dias de treinos fortes na Granja e ansiedade para concluir jogadas. Sem paciência para trabalhar a bola e procurar espaços.

- No primeiro tempo a gente não conseguiu interpretar da maneira correta os espaços que existiam. A gente acabou forçando muito o jogo por dentro. O Boavista teve competência muito grande de fechar esses espaços. Talvez também fosse um pouco de ansiedade. Os pontas, especialmente Paulinho e Antony, tentando decidir rápido demais as jogadas, muitas vezes forçando jogada pelo interior do campo onde tinha muita concentração de jogadores, mas tudo dentro do normal ainda. Aos poucos essa ansiedade vai baixando, a gente volta a trabalhar no nosso padrão. A gente vai encontrando alternativa de jogo que nos proporcionem furar qualquer tipo de defesa - avaliou o treinador brasileiro.

Técnico sinaliza rodízio para escolha de capitão

Jardine tem pelo menos três nomes para usar a braçadeira de capitão: Matheus Henrique, capitão no jogo-treino deste domingo, Bruno Guimarães, que é o mais cotado para o pré-olímpico, e Caio Henrique, outro jogador experiente e com histórico de seleções de base.

- Matheusinho é um dos jogadores mais experientes do elenco. É um jogador que já esteve na seleção principal. A gente premia essas duas situações. Jogador querido por todos. Ele tem influência muito grande sobre o grupo. E a gente vai buscar nos próximos dias entender quais são os principais líderes, ir colocando a faixa para eles aos poucos entenderem a responsabilidade que têm. Incentivando eles a liderar o grupo como um todo - explicou Jardine.

Matheus Henrique concordou com Jardine sobre as dificuldades na primeira etapa. Ele também valorizou as opções dentro do grupo para a disputa do pré-olímpico.

- A gente está na primeira semana de preparação. Boa parte do grupo estava de férias. Mas já foi um bom começo. Eles marcaram bem, mas a gente conseguiu botar a bola no chão. O principal foi desempenho e resultado. Sempre bom começar com vitória, para acostumar a ganhar. Foi um primeiro tempo difícil. No segundo tempo mostramos o poder do nosso grupo, a qualidade de todos. Trocou todo time e fomos lá e fizemos três gols. Lá no pré-olímpico vamos precisar do grupo todo - afirmou o gremista, contando os pedidos de Jardine durante a partida.

- Ele (Jardine) pediu paciência com a bola, para a gente ter essa circulação rápida e encontrar os espaços. Primeiro tempo tivemos alguns bons momentos, no segundo a qualidade do nosso grupo serviu para matar o jogo.