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Esporte

Lutadora do UFC relembra como impediu e ajudou a prender traficante de mulheres

Peso-mosca inglesa Molly McCann era segurança de uma lanchonete e confrontou homem que tentava raptar uma jovem após drogá-la durante o seu turno na madrugada

GloboEsporte

17 de Abril de 2020 - 13:47

Muito antes de ser um dos nomes fortes da divisão peso-mosca do UFC, a inglesa Molly McCann trabalhava como segurança no turno da madrugada em uma rede de lanchonetes. A hoje lutadora de elite já praticava artes marciais em 2013, mas ainda não estava no nível profissional. Mesmo assim, ela conseguiu impedir a ação de um traficante de mulheres que havia dopado uma jovem, e tentava sequestrá-la. Em depoimento ao podcast "A-Side", McCann contou o episódio.

- Uma moça loura entrou na lanchonete às 5h da manhã, completamente bêbada, cambaleando, e um cara veio logo atrás dela. Ele entrou na lanchonete e colocou o braço em volta da sua cintura. Eu me dirigi a ele e falei: "Ei, qual o nome dela?" Ele ficou surpreso, e eu repeti a pergunta, porque alguma coisa me dizia que ele não sabia quem ela era. E ele me respondeu: "Cala a p*** da boca, amorzinho." Vocês podem imaginar a minha cara ouvindo isso? Logo em seguida ele abriu a bolsa dela e tentou tirar o dinheiro que havia lá. Eu gritei: "Ei, que p*** é essa?" E ele disse: "Eu sou da polícia. Você sabe com quem está falando?" Eu devolvi: "Você não é da polícia p*** nenhuma!"

Segundo a lutadora o homem fez uma ligação no celular e logo vários outros chegaram à lanchonete. Mas isso não a impediu de confrontá-lo fisicamente, dando início a uma briga, que só acabou com a chegada da polícia.

- Ele tentou chutar a minha cabeça, mas eu acertei um chute na perna dele. A polícia logo chegou e o levou preso, e eu tive que prestar depoimento. Na delegacia descobri que ele era um traficante de mulheres, e estava tentando levá-la. Os policiais analisaram as câmeras de segurança de outros estabelecimentos e prédios da rua, e viram que ele havia colocado alguma droga na bebida dela para depois roubá-la e sequestrá-la. Ela nunca mais seria vista depois dali. E esse foi só um dos meus dias de trabalho. Eu tinha 22 anos, e fui ensinada pela minha mãe a nunca "amarelar". Ela dizia que, se fosse para cair, eu deveria cair lutando - brincou a inglesa.

Os policiais deram mais detalhes do caso a McCann, que teve de prestar depoimento, já que a moça recusou-se a fazê-lo e a dar queixa do agressor. Como o policial de plantão era aluno da mesma academia que a lutadora, ele conversou com ela e revelou que o homem era, além de traficante de mulheres, um imigrante ilegal que, até onde ele sabia, seria deportado, e ela não teria que estar presente em um eventual julgamento como testemunha.

Com 12 lutas como profissional de MMA, Molly McCann fez quatro apresentações pelo UFC. Venceu três e perdeu apenas uma, na sua estreia, contra Gillian Anderson. Entre suas vítimas no octógono estão duas brasileiras: Priscila Pedrita e Ariane Lipski.