Esporte
Santos completa 108 anos sem festa, em clima eleitoral e com dúvidas sobre o futuro
Única vez que Peixe tinha ficado sem comemoração foi em 1918, durante a gripe espanhola
GloboEsporte
14 de Abril de 2020 - 08:55
O Santos completa 108 anos nesta terça-feira, dia 14 de abril de 2020, mas não terá festa, quiçá abraços e apertos de mãos em um jantar de gala.
A pandemia do novo coronavírus atrapalhou os planos do Peixe, que é dono de uma das mais bonitas histórias do futebol mundial, mas encara problemas reais alheios à crise que parou o futebol.
Em campo, o momento é bom. Apesar de críticas e de balançadas do técnico Jesualdo Ferreira no cargo, o Santos é o líder de seus grupos no Campeonato Paulista e na Libertadores, com 15 e seis pontos, respectivamente.
Fora das quatro linhas, porém, a situação não é das melhores. O Santos, assim como grande parcela do futebol brasileiro, encara constantes problemas financeiros e a necessidade de resolvê-los o quanto antes.
Mais sobre o Santos:
O que dá certo e o que dá errado ganham ainda mais peso porque, ainda neste ano, será realizada a eleição presidencial para o próximo triênio (de 2021 a 2023).
Se não bastassem todos os problemas rotineiros de um clube de futebol, o Santos ainda teve canceladas todas as festas que poderia fazer para comemorar seus 108 anos.
Entenda, abaixo, como está o Santos no dia de seu aniversário de 108 anos:
Em campo:
Sob comando do técnico Jesualdo Ferreira, o Santos demorou a engrenar no Campeonato Paulista e na Libertadores. Além disso, o treinador português encara, constantemente, comparações com o antecessor Jorge Sampaoli, dono de um estilo completamente diferente - e não estamos falando de eficiência.
Ainda assim, Jesualdo Ferreira conseguiu se segurar no cargo e fez o Santos mostrar evolução. No Paulistão, a equipe tem 15 pontos em 10 jogos e é a líder do grupo A. Na Libertadores, venceu as duas partidas que disputou, contra Defensa y Justicia, da Argentina, e Delfín, do Equador, e também está na ponta do grupo G, com seis pontos.
Finanças:
O Santos, recentemente, apresentou balanço financeiro de 2019 com superávit de R$ 23,5 milhões. O número, porém, não animou. O "lucro" só foi possível graças à venda do atacante Rodrygo ao Real Madrid por R$ 188,6 milhões, que aconteceu ainda em 2018, mas foi contabilizada em 2019.
O Santos informou ter gasto em 2019 pouco mais de R$ 170 milhões com folha salarial, direitos de imagem e premiações, quase R$ 20 milhões a mais do que previa o orçamento. No documento, o clube justificou os gastos na qualificação do elenco vice-campeão brasileiro.
Eleição:
Marcada para o fim de 2020, a eleição presidencial do Santos ainda não tem suas peças sobre a mesa, mas começa a se desenhar. O presidente José Carlos Peres não descarta se candidatar a uma reeleição, mas ainda não está decidido. Os demais candidatos ainda buscam alianças.
Milton Teixeira Filho, da chapa "Santos para Sempre", é o único candidato que já se declarou como tal nas redes sociais. Em sua página no Facebook, o irmão do atual presidente do Conselho Deliberativo, Marcelo Teixeira, tem feito campanha.
Por enquanto, o que resta é a incerteza sobre a data da eleição, já que a pandemia do coronavírus pode atrasá-la.