Esporte
Titulares do Brasil tentam sobreviver à sina de mudanças em competições
Seleção brasileira costuma ter substituições na equipe durante os principais campeonatos, e histórico indica que Felipão ainda pode mexer bastante
Globo Esporte.com
21 de Junho de 2013 - 14:24
Julio César, Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo; Luiz Gustavo, Paulinho e Oscar; Hulk, Neymar e Fred. Essa foi a seleção brasileira que estreou na Copa das Confederações. Mas será que vai conseguir passar ilesa por toda a competição?
A história recente mostra que, se isso ocorrer, será um feito e tanto. Raramente o Brasil termina um torneio com a mesma formação que iniciou. Substituições são comuns pelos mais variados motivos: opções dos técnicos, lesões... Tem sido assim nas últimas Copas: Confederações, América ou do Mundo.
No último torneio que a Seleção principal disputou, a Copa América de 2011, Daniel Alves, hoje titular quase inatingível de Felipão, perdeu a posição para Maicon depois de duas partidas. A mudança promovida por Mano Menezes não melhorou a equipe, eliminada nos pênaltis pelo Paraguai, nas quartas de final.
Na África do Sul foi um problema médico que traumatizou o time de Dunga. Elano era um dos melhores jogadores do Brasil, mas se lesionou na segunda rodada, contra a Costa do Marfim. Não conseguiu voltar, e foi substituído por Daniel Alves, que atuou no meio-campo, algo corriqueiro na época do treinador.
Um ano antes, na Copa das Confederações, Elano também foi um dos que iniciaram a competição no time e terminaram no banco. Ele foi preterido por Ramires, enquanto o lateral-esquerdo André Santos tomou a vaga de Kleber.
Dunga também mudou o time na Copa América de 2007. Após um início cambaleante, com derrota por 2 a 0 para o México e atuações irregulares, Josué e Júlio Baptista ganharam os lugares de Elano, mais uma vez sacado, e Diego. O meio-campo se tornou mais consistente, e o Brasil levantou a taça.
Na Copa do Mundo de 2006, Carlos Alberto Parreira desfez o quadrado mágico justamente no último jogo, o da derrota para a França nas quartas de final, ao colocar Juninho Pernambucano no lugar de Adriano. Não deu certo. Mas as mudanças ocorreram também em Mundiais conquistados pelo Brasil. Em 1994, por exemplo, o mesmo Parreira, hoje coordenador técnico da CBF, trocou Raí por Mazinho no mata-mata.
E no penta, em 2002, Felipão descobriu Kleberson. Sua entrada nos minutos finais contra a Bélgica, nas oitavas de final, lhe rendeu a vaga de titular que era de Juninho Paulista.
Todo mundo vai jogar?
Aquela competição, aliás, sugere que o treinador pode fazer diversas mudanças na equipe na Copa das Confederações, pelo menos no decorrer dos jogos.
Em 2002, Scolari teve a preocupação de deixar que todos os jogadores atuassem pelo menos por alguns minutos, com exceção dos goleiros reservas, Rogério Ceni e Dida. O lateral-direito Belletti, por exemplo, jogou cinco minutos na semifinal contra a Turquia. Vampeta e Kaká, na época uma promessa do futebol brasileiro, tiveram 18 minutos em campo.
Agora, a missão de Felipão é mais árdua. Além de serem somente cinco jogos, caso o Brasil chegue à final, ele tem feito algumas alterações de praxe nos jogos. Fred, por exemplo, com histórico de lesões e uma fratura incompleta na costela, tem sido sempre substituído por Jô, que sucedeu o cortado Leandro Damião. O atacante do Atlético-MG, Lucas e Hernanes entraram durante a estreia contra o Japão e no jogo diante do México, na última quarta-feira, em Fortaleza.
- O Felipão sempre fala que um grupo não se faz só com 11 jogadores. Todos são importantes e têm de estar preparados para quando a oportunidade aparecer. Se der para todo mundo jogar é bom, fica um ambiente bom, todos com o prazer de fazer pelo menos um jogo, mas depende de como as coisas caminharem - disse Hernanes, um dos quase titulares do time.
Somando os dois amistosos disputados desde que a Seleção se reuniu em preparação para a Copa das Confederações, apenas os goleiros Diego Cavaliero e Jefferson, o zagueiro Réver e o meia Jadson ainda não foram utilizados. No torneio, Felipão tem mais três jogos, na previsão mais otimista, para escalar sete jogadores se quiser igualar o feito do penta.
Confira quantos minutos cada atleta jogou em 2002:
Marcos - 630
Cafu - 630
Lúcio - 630
Gilberto Silva - 630
Rivaldo - 630
Ronaldo - 553
Roque Jr. - 540
Edmilson - 540
Roberto Carlos - 540
Ronaldinho - 336
Kleberson - 307
Juninho - 204
Anderson Polga - 180
Denilson - 116
Edilson - 113
Júnior - 90
Ricardinho - 50
Luizão - 39
Vampeta - 18
Kaká - 18
Belletti - 5
Rogério Ceni - 0
Dida 0