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Esporte

Varela marca no fim, adia a festa dos EUA, e Portugal depende de milagre

Nani abriu o placar para Portugal. Jones e Dempsey viraram para os Estados Unidos

Globo Esporte.com

22 de Junho de 2014 - 23:59

Esperança e decepção em apenas um lance. Coube a Varela encher a Arena da Amazônia, em Manaus, de sentimentos distintos na noite deste domingo. Foi dele o gol no último minuto que decretou o empate em 2 a 2 entre Portugal e Estados Unidos pelo Grupo G. Naquele momento, os europeus que já lamentavam a eliminação precoce passaram a sorrir. Agora respiram por aparelhos na Copa do Mundo. Já os americanos, que festejavam a classificação antecipada, lamentaram. E vão ter que esperar até a próxima rodada para festejar. Ou não.

Nani abriu o placar para Portugal. Jones e Dempsey viraram para os Estados Unidos. Mas as atenções estavam sempre voltadas para apenas um nome. Feito um popstar, Cristiano Ronaldo foi ovacionado ao ter seu nome exibido no telão. Durante o jogo, ouviu um misto de vaias e aplausos a cada vez que pegava na bola. O melhor jogador do mundo correu, driblou quatro jogadores na mesma jogada, fez graça para o bandeirinha ao ser pego em impedimento, distribuiu passes certeiros, errou todas as conclusões que tentou... E sofreu com a falta de qualidade ao seu lado. Ainda assim, fez o que se espera do principal nome de um time: apareceu na hora certa para salvar sua nação com uma assistência perfeita para Varela empatar a partida.

Com o empate, Portugal depende de uma combinação de resultados para se classificar. Precisa vencer Gana na próxima quinta-feira, às 13h, em Brasília, e ainda esperar pelo resultado do jogo entre Alemanha e Estados Unidos – no mesmo dia e horário, no Recife – para tentar tirar a diferença no saldo de gols. Alemães e americanos, no entanto, jogam por um empate para assegurarem a vaga.

Erro e pressão americana

O estádio lotado e a invasão americana a Manaus ditavam o apoio das aquibancadas. Os gritos de "U-S-A! U-S-A! U-S-A!" ecoavam na Arena Amazônia. Nada suficiente para intimidar Portugal no início do jogo. Os primeiros dez minutos foram de domínio absoluto da equipe do técnico Paulo Bento. Sem que o adversário desse sequer um chute a gol, Cristiano Ronaldo e companhia ditavam o ritmo. E não demorou para abrirem o placar. Após falha feia de Cameron em cruzamento da esquerda, a bola sobrou limpa nos pés de Nani. O goleiro Tim Howard ainda caiu antes da finalização e facilitou a vida do atacante: 1 a 0.

O gol, no entanto, não disse o que foi a primeira etapa. Em vantagem, Portugal recuou e deu muitos espaços para os Estados Unidos. Os constantes erros de passe e os buracos na marcação – principalmente no lado esquerdo da defesa – deram aos americanos o controle do jogo. Johnson e Dempsey jogavam com liberdade e davam trabalho. O atacante finalizou pelo menos três vezes com perigo.

Para complicar ainda mais a vida de Bento, Postiga sentiu dores na coxa esquerda antes dos 30 minutos de jogo e deu lugar a Eder – foi a quarta lesão da seleção durante o Mundial. Cristiano bem tentava levar seu exército à frente, mas sozinho era difícil. A cada bola que caia nos pés do craque, o estádio todo se levantava. Antes do intervalo, Nani quase fez o segundo em chute de fora da área. Howard falhou, e a bola bateu na trave. No rebote, Éder obrigou o goleiro a fazer difícil defesa.

Dempsey "Gaúcho" e Varela salvador

Se o primeiro tempo foi de poucas emoções, o segundo compensou em velocidade e boas chances. Logo no início, Ricardo Costa lembrou um lance do brasileiro David Luiz na final da última Copa das Confederações diante da Espanha. Salvou com o joelho, em cima da linha, a finalização de Bradley. Klinsmann parecia não acreditar. Beto já estava batido.

Os Estados Unidos seguiam dominando. Portugal apostava no contra-ataque. Cristiano teve uma boa oportunidade pela direita, mas chutou para longe. Foi a última chance antes do empate. Jones arriscou de fora da área, e o goleiro Beto, encoberto por vários defensores, apenas olhou a bola entrar. Festa americana no estádio.

O resultado já deixava a situação dramática para os portugueses. O time foi para o ataque, mas faltava qualidade. Não se faz verão com apenas um melhor do mundo. Desesperada, a seleção deu ainda mais espaços. E foi pelo lado esquerdo de sua defesa, o principal ponto de ataque dos americanos, que quase viu a Copa terminar de vez. Após confusão e chute de Zusi, Dempsey meteu a barriga na bola no melhor estilo Renato Gaúcho para virar o jogo.

Parecia o fim, mas CR7 não desitiu. Não queria repetir Figo, melhor jogador do mundo em 2001 e eliminado na primeira fase da Copa seguinte com Portugal. Veio então a última bola, a última chance. O craque dominou pela direita, olhou para área e cruzou na cabeça de Varela. Assitência impecável, conclusão precisa. Fim de jogo, e Portugal ainda respira.