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Veja cinco impactos financeiros que o São Paulo já sente por conta da paralisação do futebol
Saiba em detalhes como o Tricolor está enfrentando a pandemia de coronavírus
Globo Esporte
09 de Abril de 2020 - 09:22
O São Paulo sente efeitos nas finanças pela paralisação do futebol por causa do novo coronavírus.
A longo prazo, em um cenário com três meses de paralisação do futebol, o diretor financeiro Elias Albarello prevê um prejuízo de cerca de R$ 100 milhões.
– Se não está veiculando a marca do patrocinador, dificilmente deve ter patrocínio, com suspensão. É natural. É uma cadeia. O clube social, as taxas de manutenção, contribuição associativa, programa de sócio-torcedor que vai impactar fortemente e tudo de operação no Morumbi, restaurante, academia, buffet. São nossos cessionários. Considerando isso, de dois a três meses, o impacto vai ser dessa natureza, de R$ 100 milhões – disse Elias Albarello, em entrevista ao jornalista Jorge Nicola.
Veja abaixo quais foram os impactos imediatos para o clube:
1. Renda do clássico contra o Santos
A vitória do São Paulo por 2 a 1 sobre o Santos, no Morumbi, foi de portões fechados. O Tricolor estima que havia arrecadado cerca de R$ 1 milhão com venda de ingressos. Os valores tiveram que ser devolvidos ou ainda estão em processo de devolução aos torcedores. A partida sem torcida deu prejuízo de R$ 47 mil.
O São Paulo enfrentaria o River Plate, no dia 17 de março, no Morumbi, pela terceira rodada da Copa Libertadores, mas a partida foi suspensa, assim como todos os outros jogos da competição continental pela Conmebol. Inicialmente a projeção é de retorno em maio.
O departamento financeiro projetava uma receita entre R$ 4 milhões e R$ 5 milhões no jogo. Foram vendidos antecipadamente 39 mil ingressos. O clube prometeu ressarcir os torcedores que compraram entradas. Provavelmente seria o jogo de maior público do time na temporada.
O Barça fechou com o São Paulo a opção de compra do atacante Gustavo Maia, revelado na base, por 1 milhão de euros (cerca de R$ 5,5 milhões). Mas os espanhóis atrasaram o pagamento, por causa das consequências financeiras pela crise do coronavírus.
– Tem também o desafio da negociação dessa nova realidade econômica que se impõe a curto prazo. O São Paulo, por exemplo, em uma semana teve o jogo do Santos, a cota da Libertadores, renda do River Plate, dinheiro que o Barcelona devia, mais de R$ 5,5 milhões e não pagou. Então teve uma série de problemas que não envolvem só jogadores, mas todos funcionários que ganham infinitamente menos do que atletas e precisamos equacionar – disse Raí, em entrevista à "rádio CBN".
O contrato do Banco Inter com o São Paulo termina neste mês de abril e não há definição sobre se o patrocinador master vai renovar ou não. Enquanto as conversas não se definem, duas outras empresas apareceram interessadas no principal espaço do uniforme.
O problema é que como não há partidas as marcas também pararam de aparecer. Diante disso, o clube tem buscado compensar essa falta de exposição com conteúdos digitais.
Segundo o "Blog do PVC", a Adidas , fornecedora de material esportivo do clube, avisou ao Tricolor que não conseguirá pagar da maneira originalmente combinada e propõe um acordo para prorrogar os depósitos. O São Paulo atualmente tem 13 patrocinadores.
5. Renegociação salarial
Mesmo sem acordo com os jogadores, o São Paulo cortou salários e pagou 50% dos vencimentos da CLT de março. A promessa é de reembolsar os 50% descontados agora em seis parcelas a partir do mês seguinte, ao fim da crise do coronavírus.
O clube também pagou dois dos três meses de direito de imagem do ano: janeiro e fevereiro. Março segue pendente e a promessa é de quitar "assim que possível".
Alguns jogadores entendem que a diretoria tenta incluir no acordo dívidas antigas que mantêm com os atletas. Esse jogadores querem primeiro receber os valores atrasados, para então discutir acordo relativo a pagamentos futuros.
– Conversamos com jogadores. Não é fácil. É uma coisa nova. Envolve dinheiro, negociação e é algo incerto. Ninguém sabe quanto tempo vai durar ou ficar parado. Negociação coletiva nunca é fácil. Mas foi uma conversa sempre contando com bom senso e uma conversa aberta. Tentamos colocar para os jogadores que o que vamos tentar fazer é o viável no momento. O que é possível para o clube e que eles compreendam que, na medida do possível, fizemos uma proposta, dentro do possível, para que eles não percam nada, mas que tenhamos um prazo. Foi colocado e tentando explicar – disse Raí, em entrevista à "rádio CBN".