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Excesso de chuva afeta colheita e escoamento da soja, além do plantio do milho
O efeito colateral de tanta chuva tem sido o surgimento de atoleiros que reaparecem mesmo após passarem por manutenção.
Redação/ Região News
05 de Março de 2023 - 19:35
O regime pluviométrico atípico em fevereiro (mês passado choveu 420 milímetros, o dobro de igual período de 2022) está impactando a colheita e o escoamento da soja, além de atrasar o plantio do milho em Sidrolândia. O efeito colateral de tanta chuva tem sido o surgimento de atoleiros que reaparecem mesmo após os trechos passarem por manutenção.
Conforme o último levantamento da Famasul (Federação da Agricultura), só 25% da área plantada em Sidrolândia (257 mil hectares) já foi colhida, quando na mesma época do ano passado, 49% da safra estava nos armazéns. O desdobramento deste atraso é o retardamento do plantio do milho.
Até agora só houve o plantio de 19% da área prevista de milho. Em igual período de 2022, 31% tinham sido cultivados . A situação ainda é pior em regiões do município onde tradicionalmente o plantio é mais precoce. É o caso da Fazenda Estrela, localizada na região do Piqui, divisa com Maracaju.
Segundo o gerente, Valdir Acosta, só 31% dos 2.500 hectares foram colhidas e 15% do milho está cultivado, quando em 2022, o plantio terminou dia 10 de março. A consequência de retardar a safrinha, na avaliação do gerente, é o risco de queda na produtividade e até quebra, porque o desenvolvimento do milho entrará num período mais sujeito a chuvas insuficientes e até geadas, como as registradas, ano passado.
Em relação a soja, a produtividade na propriedade tem sido acima da média do município. Nos 900 hectares já colhidas, a produtividade média é de 68 sacas por hectare, com picos de 78 sacas. O presidente do Sindicato Rural, Paulo Stefanello, acredita que o impacto no atraso do plantio, pode comprometer a expectativa de área plantada.
"Tenho informação que alguns produtores estão devolvendo semente de milho que compraram porque vão reduzir a área plantada", revela. Na safra passada foram plantados 190 mil hectares, sendo colhidos 1.114.197,14 toneladas, com 108 sacas de produtividade.
Estradas
Com tanta chuva, aumentaram as reclamações sobre as condições de tráfego em regiões como a da Laguna, Capão Bonito, Piqui e Capão Seco. Na Estação Piqui, por exemplo, os caminhões carregados precisam ser puxados por tratores para atravessar trechos de um dos acessos à MS-162, uma estrada de 20 km.
A mesma situação foi enfrentada por Agmer Nantes e os funcionários da Fazenda Fama/Imbira, no Capão Seco. Com 2.800 hectares de lavoura (60% colhidos), o escoamento da produção depende de uma estrada de 6 km. Os pontos críticos estão sendo recuperados pelo pessoal e equipamentos da propriedade.
Na região do Capão Bonito as reclamações se relacionam com a estrada que liga a MS-162 a MS-455 (Estrada da Gameleira), onde estão em andamento as obras preliminares de pavimentação. As reclamações são concentradas em sete trechos onde a empreiteira fez desvios das travessias de água da chuva e do gado.
As queixas dos produtores estão sendo dirigidas para a empreiteira que não estaria fazendo uma manutenção adequada, capaz de suportar o peso dos caminhões.