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Geral

Morre aos 76 anos Marco Aurélio Garcia, ex-assessor de Lula e Dilma

Marco Aurélio Garcia, morreu aos 76 anos vítima de infarto

G1

21 de Julho de 2017 - 10:27

O assessor especial para Assuntos Internacionais dos governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, Marco Aurélio Garcia, morreu aos 76 anos nesta quinta-feira, dia 20 de julho, em São Paulo, vítima de infarto, informou o PT.

Marco Aurélio Garcia foi um dos fundadores do PT e ocupou a função de secretário de Relações Internacionais do partido. Era professor aposentado de história de Universidade de Campinas (Unicamp). Morre Marco Aurélio Garcia, assessor nos governos Lula e Dilma

Enquanto esteve no Palácio do Planalto, ele despachou de uma sala no terceiro andar, localizada a pucos metros do gabinete presidencial. Entre os funcionários, ele era chamado de "professor".

Em texto publicado na internet, o PT afirmou que Marco Aurélio Garcia foi um "importante líder" na construção e execução da política externa brasileira, além de ser um dos "grandes apoiadores" do Brics (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e do fortalecimento das relações do Brasil com países do hemisfério sul, principalmente na África e na América Latina.

Biografia

Segundo o site do PT, o ex-assessor especial de Lula e de Dilma nasceu em Porto Alegre (RS) e atuou no movimento estudantil de esquerda.

Nos anos 1960, foi vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) e vereador em Porto Alegre.

Nos anos 1970 viveu na França e no Chile e voltou ao Brasil em 1979 para ajudar a fundar o PT. Ainda de acordo com o site do partido, Marco Aurélio Garcia é formado em filosofia e em direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Ele tinha ter pós-graduação na Escola de Altos Estudos e Ciências Sociais de Paris

Além de professor da Unicamp, ele também foi professor na Universidade do Chile, na Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais e nas universidades Paris VIII e Paris X, na França.

Na área política, segundo o site do PT, Marco Aurélio foi secretário de Cultura de Campinas (1989-1990) e de São Paulo (2001-2002), além de vice-presidente do PT de outubro de 2005 a fevereiro de 2010.

Nas eleições de 1994, 1998 e 2006, ele coordenou o programa de governo de Lula e, em 2010, o de Dilma. No governo Lula, Marco Aurélio ajudou o Brasil a expandir embaixadas na África. O assessor especial do presidente também atuou na aproximação do país com o regime de Hugo Chávez na Venezuela.

Repercussão

Logo após a confirmação da morte de Marco Aurélio, políticos manifestaram pesar. A ex-presidente Dilma divulgou nota (leia a íntegra mais abaixo) na qual se referiu à morte do "amigo querido" como "extremamente dolorosa".

"Hoje é um dia de dor para todos nós, que compartilhamos com ele seus muitos sonhos, histórias e lutas. Era um amigo querido, de humor fino e contagiante, sempre generoso e cheio de ideias, dono de uma mente arguta e brilhante", afirmou.

O ex-presidente Lula também divulgou nota, na qual disse que Marco Aurélio Garcia foi um intelectual "brilhante" e um militante "incansável" desde a juventude. O "professor", acrescentou, contribuiu muito para o Brasil.

"A credibilidade política e pessoal por ele alcançada permitiu que Marco Aurélio Garcia desempenhasse, em sintonia com o Itamaraty, relevante papel na construção e execução de uma nova política externa, ativa e altiva, soberana e fraterna, com um legado que é reconhecido internacionalmente e hoje faz falta para o Brasil", disse Lula.

O PT, em nota assinada pela presidente do partido, senadora Gleisi Hoffmann, afirmou que Marco Aurélio Garcia destacou-se como um dos mais importantes "arquitetos" da integração latino-americana e da ampliação das relações do Brasil com países da África e dos Brics. "Ele contribuiu decisivamente para que o Brasil tivesse uma política externa ativa e altiva", diz trecho da nota.

A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) disse no Facebook que Marco Aurélio Garcia foi "muito importante" para o governo Lula na condução da política externa, "uma época em que o Brasil era respeitado no cenário mundial".

Também na rede social, o deputado Paulo Teixeira (SP), um dos vice-presidentes do PT, relembrou o "papel importante" de Marco Aurélio Garcia na formulação e na execução da política externa brasileira, que "sempre esteve ao lado da democracia e dos trabalhadores".

Em entrevista em São Paulo, Márcio Macêdo, outro vice-presidente do PT, afirmou que o momento é de "dor" porque o partido perdeu "um companheiro e amigo de todos".

Na mesma entrevista, o líder do PT na Câmara, Carlos Zarattini (SP),disse que a participação "forte" de Marco Aurélio Garcia no governo foi um dos fatores para o "sucesso" que o Brasil teve no exterior entre 2003 e 2015.

No Twitter, o ex-governador do Rio Grande do Sul e ex-ministro Tarso Genro publicou: "Faleceu Marco Aurélio Garcia, amigo fraterno, grande quadro da esquerda e militante histórico do PT. Ser humano excepcional. Dor e luto."

Vice-presidente do PT, o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha também comentou o assunto. Para ele, a esquerda perde "um dos seus maiores pensadores e incentivadores da solidariedade internacional".