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Recenseadores não foram em 524 domicílios; moradores foram computados pela média
O próprio IBGE, na ata última REPAC (Reunião de Planejamento e Acompanhamento do Censo), informa que os recenseadores não estiveram em 524 domicílios.
Redação/ Região News
02 de Julho de 2023 - 19:14
Você já usou o argumento ou ouviu de alguém que também coloca em dúvida o resultado do censo/2022: o recenseador não foi lá casa ou não esteve na casa de um conhecido ou parente. O próprio IBGE, na ata última REPAC (Reunião de Planejamento e Acompanhamento do Censo), informa que os recenseadores não estiveram em 524 domicílios em Sidrolândia, o que corresponde a 3,1% dos 16.543 domicílios residenciais existentes na cidade.
Este contingente populacional não ficou fora da somatória para cálculo da população sidrolândense. Foram encontrados 1.769 domicílios vazios, que poderiam abrigar 5.077 pessoas. Para contabilizar os moradores por média, multiplicou-se a quantidade de unidades habitacionais por 2,87, que é número médio de moradores por casa.
Em relação ao censo/2010, o número de moradores por domicilio caiu 10% (de 3,19 para 2,87). Na zona rural a queda foi de 11,36% (de 3,08 para 2,73) e na área urbana, 25,92% (de 3,24 para 2,40. A redução do número de filhos por família e a pandemia, que aumentou o número de mortes, também impactou o resultado final do censo em todo o País.
Entre 2011 e 2013, em média nasceram ou foram registradas em Sidrolândia 746 crianças por ano e 184 óbitos. No triênio 2019/2020/2022, o número médio de nascimentos por ano caiu para 526, enquanto o total de mortes cresceu para 208, estatística influenciada pela pandemia.
No balanço dos últimos 12 anos, entre um censo e outro, houve um crescimento populacional vegetativo de 5.993 moradores, o que corresponde a diferença entre nascimentos e óbitos verificados no período. O IBGE apurou um incremento de 4.986 moradores (de 42.132 para 47.118). Ou seja, muitos sidrolandenses deixaram a cidade.
O geógrafo Geovane Ferreira fez um cálculo que por ano 200 jovens deixam a cidade para estudar fora. " Em 2008, o transporte universitário levava 1.200 estudantes para Campo Grande e Maracaju. Hoje são menos de 500", lembra.
Como a subvenção cobre só 50% do custo e nem todos se enquadram no perfil socioeconômico, há quem prefira alugar uma quitinete na Capital do que pagar R$ 500,00, pela viagem diária de ida e volta para Campo Grande por mês. Entre os jovens que foram para Campo Grande, as irmãs Jennifer e Michele Rodrigues.
Jennifer está no 2⁰ ano de medicina na Universidade Federal, enquanto Michele, que se formou em Direito, trabalha na Defensoria Pública.