Justiça
Com incursões no crime desde a adolescência, Vandelson é condenado a 13 anos por morte de detento
Carlos Quevedo cumpria pena por tráfico de drogas e foi colocado na cela disciplinar no dia do assassinato.
Redação/Região News
02 de Maio de 2024 - 15:48
Morador em Sidrolândia, onde desde os 11 anos se envolveu em furtos, assaltos, dependente químico, com vários períodos de internação, Vandelson Britez Machado, 24 anos e seu companheiro de cela Talisson da Silva Nascimento, 25 anos ,, foram condenados nesta quinta-feira a 13 anos de prisão em regime fechado, cada um, pelo assassinato de Carlos Quevedo da Silva.
O crime aconteceu no dia 26 de julho de 2022 dentro do Instituto Penal de Campo Grande, localizado no Bairro Jardim Noroeste. Vítima e autores compartilhavam a mesma cela na unidade penal.
Carlos foi morto após uma discussão com os acusados, antes de ser enforcado com uma corda improvisada, o homem de 31 anos foi agredido pelos outros dois detentos que forjaram um cenário de suicídio colocando a vítima suspensa na cela. No entanto, acabaram confessando o crime depois.
Os dois foram denunciados pelo Ministério Público em dezembro do mesmo ano por homicídio qualificado por meio cruel. Segundo depoimento de Vandelson, ele e a vítima haviam se desentendido dias antes por conta de um aparelho celular e Carlos foi colocado na cela disciplinar com os autores no dia em que foi morto.
Outro crime
Talisson disse à polícia que estava no Instituto Penal há três meses, depois de ser transferido da PED (Penitenciária Estadual de Dourados) e estava há 15 dias no “castigo”. Ele afirmou ainda que já tinha desavenças com Carlos desde 2021, quando esteve na unidade penal pela primeira vez, no entanto, alegou que a vítima havia sido morta por Vandelson, após discussão na cela.
Carlos cumpria pena na unidade desde 2 de agosto de 2021 por tráfico de drogas, segundo informado pela Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) na época do crime. Vandelson está desde 2022 no presídio por furto e Talisson por estupro, lesão corporal, roubo e homicídio.
Outro julgamento
Vandelson voltará ao banco dos réus por outro assassinato de um colega de cela. Em 13 de outubro do ano passado, ele matou Célio Aparecido Silva Santos, 33 anos, que estava preso no Instituto Penal por ter matado a facadas em maio de 2022, Fábio Aparecido da Silva de Oliveira.
Conforme o boletim de ocorrência, um policial penal fazia o confere dos presos por volta das 7h30 no pavilhão 2, ala do solário disciplinar e ao chegar na cela 3, chamou por Célio que não respondeu.
Logo em seguida, três internos confessaram ao servidor que haviam matado o colega. Além de Vandelson, dois detentos assumiram a autoria do crime: Talisson da Silva Nascimento e Higor Eduardo Franco.
O policial penal então contatou o chefe de equipe que foi até a cela 3 e confirmaram que Célio estava morto. Os presos foram remanejados para a cela 2 e equipe do Corpo de Bombeiros foi acionada para ir até a unidade penal. A Polícia Civil e Perícia também foram chamadas. Às circunstâncias e motivo do crime não foram divulgadas. O caso foi registrado como homicídio doloso qualificado.
Passagens
Em setembro de 2022, dois meses após ter participado da morte do colega de cela, Carlos Quevedo, durante uma saidinha temporária, foi capturado após ser surpreendido pelo dono da casa quando tentava levar em companhia de um comparsa, um iPhone e um estetoscópio.
Em abril de 2021, Vandelson, em companhia de um adolescente, assaltou a Farmácia Pague Menos. Na investida, em companhia de um adolescente, levou R$ 700,00 do caixa. A dupla usou um simulacro de arma, rendendo funcionários e clientes.
O juiz resolveu colocar o suspeito em liberdade porque Vandelson acabou beneficiado por um erro na remessa da carta precatória de citação dele, que só chegou no dia 14 de fevereiro de 2022, quando esteve preso desde de 2 de novembro de 2021. Em 23 de agosto de 2020, Vandelson arrombou uma casa na Vila Tereré e levou vários objetos, incluindo uma caixa de som e até roupas íntimas da dona da casa.