Mato Grosso do Sul
Casas populares entregues por Bolsonaro são vendidas na internet
A venda de casas populares é proibida. Pelo menos 10 denúncias de irregularidades foram feitas junto à Agência de Habitação e Assuntos Fundiários da capital.
G1
04 de Julho de 2022 - 16:31
Dias após o presidente Jair Bolsonaro (PL) entregar moradias populares em Campo Grande, moradores que foram contemplados estão vendendo as casas pelas redes sociais. A Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários (AMHASF) diz ter recebido 10 denúncias relacionadas a venda irregular no residencial do jardim Canguru até esta segunda-feira (4).
"4500$ pode vim buscar a chave", comentou um dos contemplados nas redes sociais.
Em uma publicação, um morador diz procurar casas na região e dá números de telefone para que entrem em contato. Nos comentários, outras pessoas escrevem que estão interessados. Em outro post, alguns dos contemplados comentaram que vendia a casa, recém entregue, por R$ 5 mil. Veja o post abaixo:
Post foi feito nas redes sociais. — Foto: Redes sociais/Reprodução
Os 300 apartamentos entregues fazem parte do Programa Casa Verde e Amarela, do governo federal. Atualmente, na capital 42 mil famílias estão na fila de espera por uma moradia popular. Além da AMHASF, a Agência de Habitação Popular de Mato Grosso do Sul (Agehab) acompanha o caso. Em nota, a agência municipal mencionou que acompanha "ostensivamente" as investigações.
"Além disso, a Amhasf ainda reforça a fiscalização com a devida conferência dos contratos, para que haja a mudança apenas daqueles que possuem a titularidade do seu respectivo imóvel. Caso seja atestada quaisquer tentativas de irregularidades no ato da entrada dos moradores, a Amhasf oficiará a Caixa Econômica Federal, agente financeiro e detentor legal do empreendimento, para que tome as medidas jurídicas cabíveis para fins de substituição dessas famílias", detalhou a agência em nota.
A AMHASF disponibilizou um número para denúncias ou irregularidades: (67) 3314-3900.
Segundo informado pelo Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), o residencial em Campo Grande teve investimento total de R$ 29 milhões, sendo R$ 24 milhões do próprio governo federal, e os R$ 5 milhões restantes ficou ao encargo da contrapartida do estado.