Mato Grosso do Sul
Definição de retomada da UFN3 será anunciada até novembro
Governo do Estado espera visita do presidente da Petrobras para outubro.
Correio do Estado
11 de Setembro de 2023 - 14:11
Passada a reunião entre o governo de Mato Grosso do Sul, Ministra de Estado do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB) e o presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates, Eduardo Riedel está otimista que a retomada da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN3) será anunciada até o mês de novembro.
Durante agenda na E. E. Maria Constança de Barros Machado, para entrega de kits esportivos às escolas estaduais do Programa MS Desporto Escolar (Prodesc), Riedel comentou sobre os passos dados em direção à retomada de obras da Unidade, citando a burocracia entre a Estatal, a Pasta Federal e Executivo Estadual.
Riedel confirmou em coletiva de imprensa que saiu "bastante motivado" da reunião feita na Petrobras com Jean Paul, anunciando para outubro a vinda do presidente da Petrobras até Mato Grosso do Sul.
"Eles vão definir o plano estratégico da Petrobras de investimento até novembro, então eles vão ter esse posicionamento definitivo. Até lá, nós estamos mostrando para ele a importância".
Cabe lembrar, inclusive, que, o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) anunciado em agosto contempla a conclusão da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados localizada em Três Lagoas, em investimentos que se aproximam dos R$ 5 bilhões.
Histórico da UFN3
Desde 2011 o sul-mato-grossense assiste o desenrolar da novela UFN3, que começou sua construção em setembro daquele ano, sendo interrompida cerca de três anos depois, em dezembro de 2014, quando já tinha quase 81% do processo concluído.
Parte de um consórcio composto por Galvão Engenharia, Sinopec (estatal chinesa) e a Petrobras, os primeiros valores da Unidade giravam em torno de R$ 3,9 bilhões.
Entretanto, durante a Operação Lava Jato, denúncias de corrupção envolveram os responsáveis pela Galvão, paralisando assim o andamento das obras.
Em 2018 começou o processo de venda da indústria, com a Araucária Nitrogenados (Ansa), fábrica localizada na Região Metropolitana de Curitiba (PR). A comercialização em conjunto inviabilizou a concretização do negócio.
Em meados de 2019, a gigante russa de fertilizantes, Acron, havia fechado acordo para a compra da empresa. O principal motivo para que o contrato não fosse firmado na época foi a crise boliviana que culminou na queda do ex-presidente Evo Morales.
Já em fevereiro de 2020, a Petrobras lançou uma nova oportunidade de venda da UFN3. Dessa vez, a estatal ofereceu ao mercado a unidade de forma individual.
As tratativas só foram retomadas no início de 2022, com o mesmo grupo russo.
Após concluída, a unidade terá capacidade projetada de produção de ureia e amônia de 3.600 toneladas/dia e 2.200 toneladas/dia, respectivamente.
Logo, o empreendimento passou a ser estratégico para tentar suprir a demanda por fertilizantes no País e principalmente para trazer desenvolvimento para o Estado. Agora, em 2023, foi anunciado o fim do processo de comercialização da indústria.
Neste ano, em 24 de janeiro, a estatal anunciou o fim do processo de comercialização da indústria. A fábrica está quase 81% concluída e deve receber aporte de R$ 5 bilhões (US$ 1 bilhão) para sua conclusão.