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Mato Grosso do Sul

Falta de recenseadores põe MS na 4ª pior taxa de coleta do Censo 2022

Correio do Estado

04 de Outubro de 2022 - 10:24

Falta de recenseadores põe MS na 4ª pior taxa de coleta do Censo 2022
Em Mato Grosso do Sul, Censo 2022 começou em setembro a fazer pesquisa em comunidades quilombolas de Campo Grande - MARCELO VICTOR

Enfrentando dificuldades durante o levantamento de dados para o Censo Demográfico de 2022, a falta de recenseadores (trabalhador que executa a pesquisa nas visitas às residências) é o maior motivo para Mato Grosso do Sul ter a quarta pior taxa de coleta da pesquisa no Brasil.

Segundo o coordenador de Divulgação do Censo, Fernando Gallina, o trabalho de recenseador é temporário, por esse motivo muitos candidatos à vaga em Mato Grosso do Sul preferem ir em busca de outros serviços. “No Estado de Mato Grosso do Sul tem uma taxa de desocupação [desemprego] menor que a média nacional, isso faz com que a oferta de emprego em outros setores seja maior”, disse Gallina.

Fernando Gallina ainda acrescenta: “Os candidatos à função de recenseador preferem, aqui em MS, aceitar empregos nos quais eles têm uma chance de serem efetivados do que o de recenseador, que é absolutamente temporário, por mais que este trabalho no Censo pague melhor, a chance destas pessoas terem um emprego permanente acaba atraindo mais”.

Questionado sobre outros fatores que podem explicar a demora para execução do Censo pelo Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE) no Estado, como no interior e os de difícil acesso, o coordenador de Divulgação do Censo explica que a dificuldade de acesso a regiões de Mato Grosso do Sul já era prevista antes do início da pesquisa.

“As dificuldades em realizar o Censo são inerentemente ligadas à quantidade de mão de obra mesmo. Você tendo 60% da mão de obra não tem como cumprir o prazo em três meses, então era natural que viesse a se estender este período de coleta”, declarou Fernando Gallina.

Segundo o balanço nacional de coleta do Censo, com dados de pessoas recenseadas até o dia 2 de outubro, Mato Grosso do Sul está com a média de 41,10% de pessoas ouvidas pelo Censo, 7,86% menor que a média nacional de 48,96%.

O IBGE estima que em todo o País 104 milhões de pessoas já foram recenseadas, de um total de população estimada de 213 milhões.

O prazo estipulado para o término do Censo de 2022 foi novamente adiado, de acordo com a unidade estadual do IBGE em Mato Grosso do Sul, para a primeira semana de dezembro deste ano. O resultado completo da pesquisa será divulgado na segunda metade do mês de dezembro.

CENSO 2022 EM MS

O IBGE divulgou ontem o segundo balanço da coleta do Censo Demográfico 2022. Desde o início da operação, em 1º de agosto até o dia 2 de outubro, 1.167.011 pessoas teriam sido contadas em 407.812 domicílios de Mato Grosso do Sul.

Até 30 de setembro de 2022, 37.074 indígenas e 1.071 quilombolas já foram contados no Estado. No Brasil, foram recenseadas 104.445.750 pessoas, em 36.567.808 domicílios no País.

Dessas, 42% estavam na Região Sudeste, 27% no Nordeste, 14,3% no Sul, 8,9% no Norte e 7,8% no Centro-Oeste.

No País, 860.358 indígenas (0,82% de toda a população recenseada até agora) e 740.923 quilombolas (0,71%) já foram contados.

O sistema de acompanhamento da coleta permite gerar pirâmides etárias parciais. Até o momento, nacionalmente, 48% da população recenseada são homens e 52% mulheres.

Em Mato Grosso do Sul, os homens recenseados eram 48,6% e 51,4% eram mulheres.

“Já conseguimos observar na pirâmide parcial o envelhecimento da população, com o topo da pirâmide mais avolumado e picos nas idades de 40 e 20 anos, conforme o esperado”, declara Luciano Duarte, gerente técnico do Censo.

QUESTIONÁRIO

No Censo 2022, há dois tipos de questionário: o básico, com 26 quesitos, que leva em torno de cinco minutos para ser respondido, e o questionário ampliado, com 77 perguntas, que pode ser respondido por cerca de 11% dos domicílios, leva cerca de 16 minutos.

A seleção da amostra que responderá o questionário ampliado é aleatória e feita automaticamente no Dispositivo Móvel de Coleta (DMC) do recenseador.

O questionário básico traz perguntas como: identificação do domicílio, étnico-racial, registro civil, educação, mortalidade.

Já o questionário da amostra tem: trabalho, núcleo familiar, religião, pessoas com deficiência, migração e autismo.

Além disso, o IBGE solicita os dados da pessoa que prestou as informações, como nome, telefone, e-mail e CPF.

Os itens primordiais para identificar um recenseador estão em uniformes e parâmetros que são padronizados.

Todo recenseador usará colete do IBGE, boné do Censo, crachá de identificação e DMC – dispositivo móvel de coleta.

SAIBA

O Censo Demográfico 2022 do IBGE ainda precisa contratar recenseadores para continuar a pesquisa do instituto em Mato Grosso do Sul e nos demais estados. Acompanhe quando abrirá novos processos seletivos por meio da aba “Trabalhe Conosco” no site da entidade: www.ibge.gov.br.