Mato Grosso do Sul
Juliane Moreira e Vagner Marcos vencem Miss e Mister Indígena 2023
Concurso foi realizado na segunda e última noite do Festival de Cultura Indígena.
Correio do Estado
14 de Agosto de 2023 - 16:45
A segunda e última noite do Festival de Cultura Indígena foi marcada pela celebração da beleza dos povos originários com a realização do Concurso Miss e Mister Indígena 2023.
Todos os candidatos desfilaram em trajes casuais e vestimentas típicas indígenas. Após as apresentações, coube ao juri composto pela antropóloga, Priscila de Santana, a produtora cultural, Fernanda Teixeira e a Defensora Pública, Thaisa Raquel Defante, apontar os novos miss e mister indígena 2023 de Campo Grande.
Com votação bastante apertada, Gino Jorge Vieira, da Comunidade Darcy Ribeiro, foi escolhido como o Mister Simpatia. Já a faixa de Mister Indígena 2023 ficou com Vagner Marcos, da Comunidade Paravá.
“Muito feliz por conquistar o título e poder representar, não só a minha comunidade mas o nosso povo como um todo”, disse Vagner.
A disputa pela tão sonhada faixa de miss também não foi fácil. Após uma segunda avaliação solicitada pelas juradas, Lauriete de Oliveira, da Comunidade Nova Canaã foi eleita a Miss Simpatia e o título de Miss Indígena 2023 ficou com Juliane Moreira, da Comunidade Água Funda.
“Muito orgulhosa de ter sido escolhida, por poder representar minha aldeia e ser miss da nossa cidade. Dia 30 eu faço 17 anos e não podia haver presente melhor”, comemorou Juliane.
O Festival
Realizado na Praça do Rádio Clube, o festival, que chega a sua 2ª edição, busca honrar as tradições e a rica herança indígena, além de proporcionar representatividade e um espaço de reflexão sobre a importância da preservação das culturas originárias e dos direitos humanos.
O evento é promovido pela Prefeitura de Campo Grande por meio da Subsecretaria Municipal de Defesa dos Direitos Humanos (SDHU) O evento integra o calendário oficial comemorativo pelos 124 anos de Campo Grande.
“Esse é um evento que queremos que se torne tradição. São 24 comunidades indígenas na nossa capital e nós, enquanto administração municipal, queremos ouvi-los e trabalhar juntos pela preservação e difusão da cultura dos povos originários e que, cada vez mais, consigamos viver em harmonia”, declarou a prefeita Adriane Lopes.
Maria Relinda Euzébio (56), cacique da Comunidade Dalva de Oliveira, elogiou a festa e lembrou do progresso e do quanto ainda precisamos avançar com relação às questões indígenas.
“A festa está linda. É a primeira vez que participo e me sinto muito feliz em estar aqui reunida com meu povo. Há não muito tempo atrás, quase não tínhamos eventos para mostrar nosso trabalho e a nossa arte, hoje já conquistamos esse espaço. É muito bom ver tudo isso acontecendo e sabemos que podemos mais e precisamos de mais, e com a graça de Deus, vamos alcançar”, declarou a líder.
O evento acontece na semana em que se comemora o Dia Internacional dos Povos Indígenas, data criada pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1994, como forma de homenagear e reconhecer a importância dos povos originários e como ferramenta de conscientização sobre a necessidade de avanços com relação à inclusão e garantia dos direitos dos povos indígenas.