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Mato Grosso do Sul

MS tem a quinta menor taxa de mortes violentas intencionais

Número de mortes se manteve estável, com apenas quatro a mais em 2022, no comparativo com 2021

Correio do Estado

20 de Julho de 2023 - 14:15

A taxa de mortes violentas intencionais caiu 0,2% em Mato Grosso do Sul em 2022, no comparativo com 2021. É o que aponta o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2023, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), divulgado nesta quinta-feira (20).

São consideradas mortes violentas não intencionais aquelas decorrentes de homicídios dolosos, latrocínio, lesão corporal seguida de morte, intervenção policial e morte de policiais.

Conforme o anuário, a taxa de mortes violentas intencionais (MVI) ficou em 18,7 para cada 100 mil habitantes em 2022, mesmo índice registrado no ano anterior no Estado.

Em números absolutos, houve um ligeiro aumento, com 515 mortes em 2022 e 511 em 2021, o que representa apenas quatro casos a mais.

Deste total, foram 496 homicídios dolosos, 13 foram latrocínios, que é o roubo seguido de morte e seis vítimas de lesão corporal seguida de morte.

No ano anterior foram 486 homicídios dolosos, 14 latrocínios e 11 lesão corporal seguida de morte.

Há ainda 45 mortes decorrentes de intervenção policial, ou seja, pessoas que foram mortas por policiais, em serviço ou fora de serviço. No ano anterior foram 53 casos.

Em 2021 e 2022 não houve registro de morte de policiais civis e militares em confrontos. No entanto, há quatro casos de suicídio de policiais na ativa, sendo dois da Polícia Militar e dois da Polícia Civil.

No comparativo com os demais estados, Mato Grosso do Sul registrou a quinta menor taxa de mortes violentas no ano passado, atrás apenas de São Paulo (8,4), Santa Catarina (9,1), Distrito Federal (11,3) e Minas Gerais (12,6).

País

No Brasil, a taxa de mortes violentas intencionais caiu 2,4% no país em 2022 na comparação com 2021.

A taxa de mortes violentas intencionais (MVI) passou de 24 para cada 100 mil habitantes em 2021, para 23,4 a cada 100 mil no ano passado. Em números absolutos, a quantidade caiu de 48.431 em 2021, para 47.508 em 2022 – a menor desde 2011, o primeiro ano da série histórica do fórum.

De acordo com a supervisora do Núcleo de Dados do FBSP, Isabela Sobral, a queda nacional foi puxada principalmente pela diminuição da violência nos estados do Norte e Nordeste.

Nas regiões Sul e Centro-oeste, as taxas de MVI cresceram 3,4% e 0,8%, respectivamente. As demais regiões registraram queda: Sudeste (-2%); Norte (-2,7%); e Nordeste (-4,5%).

De acordo com Isabela, a queda na taxa de MVI nos estados do Norte e Nordeste em 2022 é uma acomodação dos números, que pode ser explicada pelo patamar alto de comparação dos anos anteriores, a partir de 2016.

“A baixa [no Norte e Nordeste] está muito relacionada a essa questão de ter tido uma explosão muito grande de violência nos últimos anos lá. Agora, está voltando ao patamar anterior a essa explosão. E essa explosão no Norte e Nordeste é muito devida à questão do crime organizado. Facções como o PCC e o Comando Vermelho, que surgem no Sudeste nos anos 2000, migram para as regiões Norte e Nordeste e as mortes explodem”, destaca.

“E essa redução que a gente observa agora tem a ver com o passar desse momento de conflito maior que ocorreu a partir de 2016.”

Apesar da queda nos índices, o Norte e o Nordeste ainda têm os estados mais violentos.

O Amapá lidera o ranking de estado mais violento do país em 2022, com taxa de MVI de 50,6 por 100 mil habitantes, mais que o dobro da média nacional (23,4/100mil). O segundo estado mais letal foi a Bahia, com taxa de 47,1 por 100 mil habitante, seguido do o Amazonas (38,8/100 mil).