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Mato Grosso do Sul

Polícia Federal tenta prender investigados por promover imigração ilegal de bolivianos por Corumbá

Operação foi desencadeada e dos três mandados de prisão, duas pessoas continuam foragidas

Correio do Estado

01 de Setembro de 2022 - 14:25

Polícia Federal tenta prender investigados por promover imigração ilegal de bolivianos por Corumbá
Polícia Federal tenta prender investigados por promover imigração ilegal de bolivianos por Corumbá - Divulgação

Grupo envolvido na promoção ilegal de imigração de bolivianos no Brasil está sendo investigado e a Polícia Federal tenta prender três pessoas envolvidas diretamente no esquema. 

Há uma operação em curso e com apoio da Receita Federal, as autoridades também estão cumprindo 26 mandados de busca e apreensão. Os alvos ficam em Mato Grosso do Sul, São Paulo, Minas Gerais e Distrito Federal. Em Corumbá, há um dos elos nessa atuação criminosa.

A Operação Náuatle foi resultado de uma série de investigações que a Polícia Federal vem realizado a partir de Corumbá, desde o começo do ano. 

Já foram feitas alguns flagrantes de promoção ilegal de imigração envolvendo bolivianos. Eles cruzavam a fronteira do Brasil com a Bolívia a partir de Corumbá e o principal destino era São Paulo.

“As investigações tiveram início há cerca de seis meses, após a Polícia Federal identificar um aumento expressivo do fluxo migratório irregular na região. Os grupos criminosos investigados funcionavam com a atuação de coiotes, que introduziam os imigrantes em território brasileiro burlando a fiscalização migratória, isto é, sem autorização para entrada ou permanência em território nacional, mediante cobrança de valores em dinheiro”, divulgou a PF, em nota.

Os bolivianos têm autorização para entrar no Brasil sem a necessidade de documentação específica, mas para realizarem a viagem para São Paulo é necessário dar entrada no posto de imigração, que fica no Posto Esdras, entre Corumbá e Puerto Quijarro. 

Sem passar por esses procedimentos, os imigrantes embarcavam em ônibus clandestinos e eram conduzidos, em grande maioria, até a capital paulista, onde eram empregados no setor da indústria têxtil. A investigação feita até agora apurou que as condições de trabalho em São Paulo eram degradantes, sem o cumprimento da legislação trabalhista.

Nesse procedimento de levar estrangeiros, alguns ainda eram aliciados para atuarem junto ao tráfico internacional de drogas com a promessa de garantirem um rendimento. 

“Muitos desses imigrantes acabavam sendo recrutados pelo narcotráfico para servirem como ‘mulas’, transportando drogas para o Brasil e retornando com dinheiro em espécie para a Bolívia (cash courier)”, explicou a Polícia Federal.

O esquema contava com a participação de empresários do ramo de transporte de passageiros, que disponibilizavam ônibus para a realização do transporte dos imigrantes sem conhecimento e autorização dos órgãos de controle, além de motoristas de aplicativos, que atuavam no transporte transfronteiriço dessas pessoas ou como batedores, visando dificultar a fiscalização por parte da polícia.

Conforme as autoridades policiais, os investigados poderão responder pelos crimes de promoção de migração ilegal, organização criminosa e lavagem de dinheiro, conforme o aprofundamento dos trabalhos investigativos.

O nome da operação é uma referência à língua e ao povo Náuatle, de origem asteca, que deram nome ao coiote, como são conhecidos os criminosos que promovem a introdução de imigrantes ilegais em território de outro país.