Mato Grosso do Sul
Remédios podem virar realidade nas prateleiras dos supermercados de MS
Associação apoia texto que tramita na Assembleia Legislativa para facilitar compra de consumidores.
Campo Grande News
23 de Junho de 2022 - 16:49
Supermercados e estabelecimentos similares de Mato Grosso do Sul podem ser autorizados a comercializar MIPs (Medicamentos Isentos de Prescrição). O texto de autoria do deputado estadual, João Henrique Catan (PL), tramita na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul e já conta com o apoio da AMAS (Associação Sul-mato-grossense de Supermercados).
O presidente da entidade, Denyson Prado, explica que a proposta é um avanço para o setor no Estado. “O projeto vem ao encontro do que a nossa entidade defende em nível nacional, mostrando que o Estado está em consonância com o debate. Sem dúvidas, trará um grande avanço, tanto para o setor, quanto para os próprios consumidores.”
Se aprovado e sancionado, medicamentos para dor de cabeça ou estômago, por exemplo estarão nas gôndolas e prateleiras dos supermercados. Essa é uma realidade de inúmeros países do mundo, sendo o principal modelo os Estados Unidos, cuja venda de MIPs é amplamente feita em vários estabelecimentos fora das farmácias convencionais.
Para o deputado, a ideia é reduzir os preços desses medicamentos, ampliando a concorrência e facilitando a vida do consumidor. “A questão econômica, que diz que quanto mais lugares tiverem este tipo de medicamento disponível, melhor para a população, porque há mais concorrência e os preços tendem a baixar”, justificou Catan.
No Brasil, a venda de MIPs pelos supermercados já foi permitida por meio de uma MP, entre 1994 e 1995. Desta forma houve uma redução de até 35% dos preços. No país esse tipo de medicamento representa 29,3% das vendas nas farmácias.
Outro ponto defendido pelo parlamentar é que o consumidor também terá o poder de decisão para esse tipo de compra. “Nós queremos que o consumidor tenha o poder de decidir se aquele medicamento pode lhe ajudar naquele momento. É preciso lembrar que em Mato Grosso do Sul nós temos 79 municípios e em muitos deles talvez uma única farmácia, com horário de funcionamento que não atenda às necessidades do consumidor, ao contrário de um mercadinho, uma conveniência, geralmente com horários estendidos”, acrescentou.
O texto foi distribuído na CCJR (Comissão de Constituição, Justiça e Redação) da Assembleia Legislativa ontem (22) e terá como relator da matéria o deputado estadual, Rinaldo Modesto (Podemos). Somente depois da análise quanto a constitucionalidade da proposta o projeto poderá tramitar na Casa de Leis.