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Policial vai responder por morte de Breonna Taylor, nos EUA
Mulher negra de 26 anos morreu baleada por policiais.
G1
23 de Setembro de 2020 - 16:04
Um júri do Kentucky (Estados Unidos) decidiu nesta quarta-feira (23) formalizar a acusação contra um policial envolvido na morte de Breonna Taylor, mulher negra de 26 anos morta por agentes de segurança dentro do apartamento onde morava durante uma ação de busca de drogas — nenhum entorpecente foi encontrado, na ocasião (relembre o caso no fim da reportagem).
O policial Brett Hankison responderá por três acusações de "perigo arbitrário" no caso que terminou na morte de Taylor. Esse tipo de acusação significa que o autor colocou a vida de outra pessoa em perigo e agiu com indiferença em relação a esse risco, segundo a Justiça americana.
Hankinson foi demitido da polícia em 23 de junho. Na carta de demissão, o chefe da corporação, Robert Schroeder, disse que o policial violou procedimentos ao mostrar "extrema indiferença ao valor da vida humana ao disparar cega e arbitrariamente" no apartamento onde vivia Taylor.
Na semana passada, a prefeitura de Louisville, cidade onde Taylor foi morta, concordou em pagar US$ 12 milhões à família da jovem. Além disso, pelo acordo firmado entre o prefeito e aos parentes de Taylor, a polícia precisará investir em reformas na corporação para evitar que novas ações terminem em morte.
Relembre o caso
De acordo com a mãe de Breonna Taylor, a polícia obteve uma ordem para entrar, sem aviso, no apartamento onde a jovem e o namorado, Kenneth Walker, moravam para fazer uma operação de busca de drogas. Assustado e pensando se tratar de uma invasão de criminosos, o homem atirou nos três policiais, que revidaram e balearam a jovem.
Nenhum entorpecente foi encontrado no local. A arma usada pelo namorado de Walker estava em situação regular. Segundo ele, a polícia não chamou os serviços de emergência após balear Breonna.
A morte de Breonna Taylor gerou protestos em Louisville, que logo se espalharam pelos Estados Unidos principalmente depois da morte de George Floyd em maio. Manifestações antirracismo continuam pelo país, ainda que em menor número, e chegaram a envolver boicotes de equipes esportivas.
Em 13 de setembro, após vencer o GP da Toscana de Fórmula 1, o piloto inglês Lewis Hamilton vestiu uma camisa que pedia prisão para os policiais que mataram Breonna Taylor. "Não vamos ficar em silêncio", disse.