Policial
Pai de vereador assassinado acusa: O mandante é o prefeito
O mandante é o prefeito. Se não foi ele, fui eu. Pode até mandar me matar se quiser, disse Alcino
Campo Grande News
17 de Março de 2011 - 17:10
Alcino Fernandes Carneiro, pai do vereador Carlos Antônio Carneiro, morto à tiros no dia 26 de outubro do ano passado em Campo Grande, acusou abertamente o prefeito de Alcinópolis Manoel Nunes da Silva de ser o mandante do crime.
O mandante é o prefeito. Se não foi ele, fui eu. Pode até mandar me matar se quiser, disse Alcino, enquanto saía da 2ª Vara do Tribunal do Júri, na noite desta quinta-feira (17), no Fórum de Campo Grande. A morte foi supostamente encomendada porque o vereador tinha documentos e realizaria uma denúncia contra o prefeito que o ameaçou.
Irineu Maciel, acusado de atirar contra Carneiro, e Valdemir Vansan, apontado pelo próprio Irineu como mandante do crime, prestaram depoimento esta noite. Ambos negaram a delação premiada - onde poderiam reduzir um terço da pena, caso condenados, se colaborassem com as investigações.
Irineu negou que o crime teve motivações políticas. Ele alegou que matou o parlamentar por vingança, pois tinha sido humilhado pela vítima. Para cometer o ato, ele teria ligado duas vezes para Carneiro fingindo ser um empresário interessado em abrir um frigorífico em Alcinópolis. Para fechar o suposto acordo, um encontro foi marcado no Hotel Vale Verde, em Campo Grande, onde o vereador foi assassinado.
Já Valdemir negou qualquer participação no crime. Ele contou que estava em casa no momento do assassinato e não conhece ninguém da família de Carneiro. O acusado acredita que Irineu o envolveu na história porque está escondendo alguém.
O crime
Carlos Antônio Carneiro foi morto por volta das 13 horas do dia 26 de outubro, em frente ao hotel Vale Verde. Ele foi atingido por tiros e morreu no local.
Segundo a polícia, dois agentes da DGPC (Delegacia Geral De Polícia Civil) perceberam a movimentação do pistoleiro Ireneu Maciel, conhecido como Vaca Magra, e o seguiram. Ele foi preso com o comparsa Aparecido de Souza Fernandes, que pilotava a motocicleta que daria fuga à dupla. Fernandes disse em depoimento que não sabia que o colega era pistoleiro e que ia matar o vereador.
Ao que tudo indica o vereador foi vítima de uma emboscada. Ele chegou no hotel e disse na recepção que alguém (nome não revelado) o esperava para almoçar.
Carlos Antônio foi informado que no local que ninguém o aguardava e que ali não servia almoço. Ao sair do local ele recebeu uma ligação no celular e instante depois foi morto ainda em frente do hotel.